O ex-presidente da FIFA o suíço Joseph Blatter reafirmou hoje que a atribuição ao Qatar do Mundial de futebol de 2022 resultou da intervenção do então Presidente francês Nicolas Sarkozy, com a colaboração do compatriota Michel Platini.
“Não entendo a reabertura de um caso de alegada corrupção que, com a publicação do relatório Garcia, já se encontrava fechado”, disse Joseph Blatter à AFP, que o questionou sobre um suposto acordo secreto entre a FIFA e o canal televisivo Al-Jazeera.
A nomeação/eleição do Qatar para anfitrião do Mundial2022, ainda de acordo com o suíço, foi feita após a intervenção política do então Presidente francês, Nicolas Sarkozy, que terá pedido a Michel Platini, e aos seus aliados, para votar no emirado.
"Essas vozes fizeram pender a balança para o lado do Qatar em prejuízo dos Estados Unidos. E essa situação gerou o ataque dos perdedores à FIFA e a mim: a Inglaterra perdeu para a Rússia, para 2018, e os EUA perderam para o Qatar, para 2020", disse Blatter, suspenso por um pagamento controverso a Michel Platini.
No mesmo dia, em 02 de dezembro de 2010, o Mundial2018 foi atribuído à Rússia (face à candidatura da Inglaterra, eliminada na 1.ª triagem) e, para surpresa geral, o Mundial2022 foi entregue ao Qatar, que ganhou na última ronda aos Estados Unidos.
O jornal britânico Sunday Times revelou no domingo a existência de um contrato secreto entre a FIFA e a Al-Jazeera TV, três semanas antes da votação.
Esse contrato, concluído no período que antecedeu o fim da campanha de candidatura, previa o pagamento de um bónus de 100 milhões de dólares (ao tempo cerca de 75 milhões de euros) numa conta da FIFA, caso o Qatar fosse o anfitrião do Mundial2022.
O Sunday Times afirma que Joseph Blatter e o seu secretário-geral na época, o francês Jerome Valcke, assinaram o contrato uma semana depois da votação a favor do emirado.
Ainda segundo o jornal britânico, 480 milhões de dólares (cerca de 427 milhões de euros) teriam sido pagos pelo Qatar à FIFA três anos depois, como parte de um segundo contrato de direitos televisivos.
A FIFA, citada pelo Sunday Times, lembrou que “as alegações relacionadas com a entrega do Mundial2022 já foram completamente comentadas" e que, em junho de 2017, o organismo publicou na íntegra o Relatório Garcia sobre o tema.
Comentários