O PCP questionou o Governo se tem conhecimento da “discriminação” salarial no futebol feminino português, que levou várias jogadoras a insurgirem-se contra a medida da Federação Portuguesa de Futebol, e pretende saber que medidas irá tomar o executivo.
Numa nota publicada na quinta-feira e dirigida à Ministra do Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, e ao secretário de Estado da Juventude e Desporto, João Paulo Rebelo, o PCP enquadra a situação e pede ação da parte do Governo.
“Tem o Governo conhecimento da discriminação descrita (…)? Que medidas irá tomar para resolver esta situação e situações futuras de discriminação no futebol e no desporto?”, questiona o partido.
Na nota, o PCP explica que chegou ao conhecimento do seu grupo parlamentar a medida aprovada pela FPF, que estabelece um limite máximo de 550 mil euros para a massa salarial das jogadoras inscritas na época de 2020/21, devido às circunstâncias decorrentes da covid-19.
“Não tardou a justificada contestação por parte das jogadoras e muitos outros atletas contra esta grave discriminação””, acrescenta o PCP, em relação ao movimento criada pelas jogadoras.
As jogadoras de futebol feminino em Portugal criaram o movimento 'Futebol Sem Género' contra o limite salarial de 550 mil euros que a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) estabeleceu aos planteis do principal escalão, que acusam de ser "discriminatório".
No direito de resposta enviado na quinta-feira à FPF, a que a Lusa teve acesso, as futebolistas defendem que o limite vai diminuir os níveis de competição no país, uma vez que as jogadoras estrangeiras não terão interesse em vir para Portugal, e dizem sentir-se “injustiçadas” nos “salários, logística, condições de treino, viagens e tratamento médico”.
As jogadoras acusam ainda a FPF de falhar “positiva e clamorosamente na promoção da igualdade de género”, num documento assinado por 132 atletas de diferentes escalões competitivos em Portugal e no estrangeiro.
Cláudia Neto (Wolfsburgo), Dolores Silva (Sporting de Braga), Ana Borges e Nevena Damjanovic (Sporting), Sílvia Rebelo, Thembi Kgatlana e Darlene (Benfica) são algumas das 132 signatárias do documento.
O campeonato feminino de futebol terá mais oito equipas na próxima época, de 2020/21, passando de 12 para 20 clubes, informou em 06 de maio a FPF.
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