O tribunal da FIFA condenou, esta terça-feira, o Lyon a pagar mais de 82 mil euros (mais 5% de indemnização) a Sara Bjork, correspondentes aos salários que a jogadora islandesa não recebeu durante a licença de maternidade e pré-natal.
Sara Bjork, de 32 anos, cumpriu o período de gestação na Islândia e recebia apenas uma parte do seu vencimento. Quem pagava era a segurança social francesa.
A jogadora revelou ainda, durante o processo, que o Lyon ameaçou-a com despedimento se esta levasse o caso ao tribunal da FIFA.
A batalha judicial durou cerca de um ano e meio e contou com o apoio jurídico do Sindicato Mundial de Jogadores Profissionais.
Sara descobriu a gravidez no início de março de 2021 e viajou para o país natal no mês seguinte.
Ragnar, o filho de Sara, nasceu em dezembro desse e em janeiro apresentou-se no clube francês, tendo jogado apenas três meses num clube em que sentia que já não fazia parte. Em julho transferiu-se para a Juventus.
"Estou na Juventus e estou feliz, mas quero ter certeza de que ninguém vai passar pelo que eu passei novamente. E que o Lyon saiba que isso não está correto. Não é 'apenas negócio'. É sobre os meus direitos como trabalhadora, como mulher e como ser humano", disse a jogadora num artigo para a The Players Tribune.
É expectável que a FIFA ajuste brevemente as normas legais no regulamento para que as jogadoras do futebol feminino tenham o direito de ser mães e, ao mesmo tempo, gostarem da modalidade. Atualmente, existe um regulamento que dá garantias às jogadoras grávidas do pagamento integral dos salários.
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