À festa do fim do Ramadão, tradição islâmica assinalada com um feriado nacional, os guineenses juntaram a celebração do apuramento de Portugal para a final do Euro 2016.
Ao longo da tarde, as esplanadas e cafés de Bissau foram enchendo e à hora do jogo cada televisão era como um pequeno estádio, cheio de guineenses eufóricos com a aventura portuguesa - quase sempre mais otimistas que os portugueses.
"Amanhã há aulas, não sei é se tenho voz", gritou Cipriano Có, instrutor físico com ginásio aberto em Bissau e um dos adeptos locais mais frenéticos no Centro Cultural Português.
O espaço abriu portas e projetou o jogo Portugal - Gales das meias-finais.
Perante o maior ecrã do Euro 2016 nas redondezas, uma plateia de dezenas de pessoas contorceu-se durante a primeira parte, mas libertou a alegria no segundo tempo com os golos de Portugal.
"Isto é a prova de que o futebol aproxima os povos. E nós estamos juntos para ir à final e ganhar à França", antecipou Jacinto Mango, um dos funcionários do centro.
No domingo, o sofrimento até poderá estar presente, mas "essa é uma arma do nosso povo", sublinhou Figueira Martins, empresário, de cachecol vermelho e verde ao pescoço.
Até ao fim do jogo, Cristiano Ronaldo e Renato Sanchez ainda tiveram tempo para falhar mais alguns golos, mas nessa altura já pouco se sofria.
O árbitro apitou e seguiram-se os brindes, os abraços e os cânticos com a promessa de que no domingo a entrega voltará a ser total, na esperança de fazer a festa na Guiné-Bissau.
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