Visto por muitos como um dos jogadores mais completos da história do futebol, Lothar Matthäus juntava as características que por norma associamos aos jogadores alemães a uma qualidade técnica então não tão comum na maioria dos futebolistas germânicos. E isso fez dele um dos nomes grandes do mundo do futebol da segunda metade década de 1980 e de toda a década de 1990. Elogiado até por Maradona, um dos rivais da sua era, foi mesmo o primeiro jogador a conquistar o prémio de melhor do mundo atribuído pela FIFA, em 1991.

À sua qualidade técnica e tática juntou uma longevidade notável, tendo-se sabido ‘reinventar’ como jogador, recuando no campo à medida que a idade foi avançando, que lhe permitiu marcar presença em quatro Campeonatos da Europa e cinco Campeonatos do Mundo.

Título europeu chegou bem cedo

Lothar Herbert Matthäus nasceu em Erlangen, em março de 1961, iniciou-se no mundo do futebol nas camadas jovens do Herzogenaurach - ao mesmo tempo que ia tirando um curso de...design de interiores. Mudou-se em 1979 para o Borussia Mönchengladbach, onde estreou como futebolista profissional, tornando-se de imediato num dos destaques da equipa, com o Glabach a chegar à final da Taça UEFA.

Os bons desempenhos valeram-lhe a primeira chamada à seleção principal da Alemanha Ocidental, somando a primeira de 150 internacionalizações (ainda hoje um recorde do seu país), primeiro com a República Federal Alemã e depois já com a Alemanha unificada. Foi em junho de 1980, na preparação para o Campeonato da Europa de 1980, onde viria a marcar presença.

Matthäus tinha apenas 19 anos mas foi titular no segundo jogo da RFA na fase de grupos. Porém, as as coisas não lhe correram muito bem. Cometeu uma grande penalidade que quase comprometeu o triunfo dos germânicos (venciam os Países Baixos por 3-0 e acabaram por vencer apenas por 3-2) e voltou a ficar no banco no jogo seguinte, bem como na final. Ainda assim, a seleção da Alemanha Ocidental viria a conquistar esse EURO'80, com um triunfo por 2-1 sobre a Bélgica na final e Matthäus festejou o seu primeiro título pelo seu país.

Manteve-se no Mönchengladbach até 1984, ano em que foi contratado pelo Bayern Munique. Na primeira passagem pelo gigante bávaro, que durou até 1988, conquistou três Campeonatos alemães e uma Taça da Alemanha, jogando pelo meio a final do Mundial 1986 pela seleção do seu país.

Rumou, de seguida, ao Inter de Milão e foi aí que se afirmou em definitivo como um dos melhores jogadores daquela altura, numa era em que as principais estrelas do futebol pontificavam na Serie A italiana. Foi campeão logo na temporada de estreia pelos nerazzurri em que chegou, à frente do Milan de Van Basten e o Nápoles de Maradona. Pelo Inter ganhou ainda uma Taça Uefa, já depois de ter liderado a Alemanha rumo ao título mundial, em 1990, naquele que foi o seu terceiro Campeonato do Mundo. Mas a sua carreira iria durar ainda mais dez temporadas depois disso.

Já como titular, não conseguiu ajudar a RFA a defender o título no EURO'84, com os germânicos a ficarem-se pela fase de grupos e nesse verão mudou-se para o Bayern Munique para uma primeira passagem pelo gigante bávaro, que durou até 1988. Conquistou três Campeonatos alemães, uma Taça da Alemanha e pelo meio jogou a final do Mundial 1986 pelo seu país.

Afirmação definitiva em Milão, título mundial e uma carreira que se estendeu por três décadas

Rumou, de seguida, ao Inter de Milão e foi aí que se afirmou em definitivo como um dos melhores jogadores da altura, numa era em que as principais estrelas do futebol pontificavam na Serie A italiana. Foi campeão logo na temporada de estreia pelos nerazzurri em que chegou, à frente do Milan de Van Basten e o Nápoles de Maradona. Pelo Inter ganhou ainda uma Taça Uefa, já depois de ter liderado a Alemanha rumo ao título mundial, em 1990. Mas a sua carreira iria durar ainda mais dez temporadas depois disso.

Antes, em 1988, nova presença em fases finais de Europeus, a terceira, estreando-se a marcar na competição com um golo nas meias-finais que não chegou para evitar a eliminação diante da Espanha. Falharia, devido a lesão, a presença no EURO'92 e também não esteve no EURO'96, que a Alemanha (já unificada) viria a ganhar.

Pensou-se que a sua história na mannschaft tinha chegado ao fim, mas não. Então de regresso ao Bayern, onde se reinventou como jogador, passando a atuar como líbero, Matthäus ainda esteve no Mundial de 1998 (onde a Alemanha perdeu nos quartos de final) e, depois, no EURO 2000, como capitão de uma Alemanha demasiado frágil, que se ficou pela fase de grupos. Ainda assim, com 39 anos, foi titular nos três encontros dos germânicos na prova, dizendo, aí sim, adeus à sua seleção e aos relvados.