Não teve - longe disso - a mais prodigiosa das carreiras. Mas o seu nome, infelizmente, permanecerá para sempre na memória dos portugueses. E não pelos melhores motivos. Angelos Charisteas foi o autor do golo que ditou uma das maiores surpresas da história dos Campeonatos da Europa, ao oferecer a vitória à Grécia na final frente ao anfitrião Portugal no Euro 2004.
Charisteas nasceu a 9 de fevereiro de 1980 em Strymoniko, na Grécia, e foi na modesta formação amadora da sua cidade natal o Strimonikos Serron, que começou a jogar, antes a se mudar para o Aris Salônica, onde se tornou futebolista profissional, em 1997.
No Aris, Charisteas começou a dar nas vistas, ajudando a equipa a sagar-se campeã da Segunda Divisão logo nessa primeira temporada e continou a dar que falar na primeira épcoa no escalão principal do futebol grego, embora na temporada seguinte, 1998/99, tenha sido emprestado ao Athinaikos FC
Mas depressa voltou ao Aris, com os seus golos a convencerem o Werder Bremen a avançar para a sua contratação, a troco de 3 milhões de euros, no verão de 2002, já depois da estreia pela seleção principal da Grécia, que se deu em 2001, frente à Rússia, e logo com um bis, marcando depois também na sua segunda internacionalização. Era um aviso para o que aí viria, dois anos mais tarde, com a camisola do seu país, num ano de 2004 que seria verdadeiramente de sonho para o ponta-de-lança.
Conquistou a Bundesliga e a Taça da Alemanha com a camisola do Werder Bremen, chegando a Portugal, para disputar o Euro 2004, com extremamente motivado para jogar por uma Grécia em que poucos acreditavam, mas que acabaria por surpreender tudo e todos.
Charisteas foi titular nos seis jogos da caminhada rumo à conquista da prova. Esteve no triunfo sobre Portugal logo a abrir, marcou, depois, no empate 1-1 com a Espanha e voltou a marcar nos quartos de final, com uma cabeçada fulminante, dando à Grécia a vitória sobre a favorita e campeã em título França.
Foi novamente titular nas meias-finais, na vitória após prolongamento sobre a República Checa, para depois voltar a ser o herói da Grécia, na final, frente a Portugal, apontando - novamente de cabeça - o único golo do jogo, quebrando o coração dos portugueses e dando aos gregos a maior conquista de sempre da sua seleção.
O ponta de lança rumou depois aos Países Baixos, onde representou Ajax e Feyenoord, antes de regressar à Alemanha, então apra representar o Nuremberga. Seguiu-se nova presença em fases finais de Campeonatos da Europa, no Euro 2008. Charisteas até marcou mais um golo, mas foi o único da Grécia numa campanha para esquecer dos então campeões em título, batidos por Suécia (0-2), Rússia (0-1) e Espanha (1-2, com o tal golo de Charisteas) na fase de grupos.
Charisteas ainda esteve, também, no Mundial de 2010, já no ocaso da carreira, jogando apenas um encontro, e vestiu ainda as camisolas de Bayer Leverkusen, Schalke 04, Arles Avignon e Panetolikos, sem grande sucesso, antes de pendurar as chuteiras, em 2012/13, nos sauditas do Al Nassr. Sem uma carreira por aí além a nível de clubes, foi mesmo com a camisola da Grécia que ganhou notoriedade. Despediu-se com 25 golos em 88 internacionalizações.
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