Precisamente um mês depois de Itália e Turquia terem dado o pontapé de saída para o Euro2020, em Roma, o torneio chega este domingo ao fim, em Londres, no Estádio de Wembley, a partir das 20hh0, com a grande final, entre Inglaterra e Itália.
A Inglaterra chega ao jogo decisivo depois de ter afastado nas meias-finais a Dinamarca, após prolongamento, enquanto a Itália para além do prolongamento precisou também do desempate por pontapés da marca de grande penalidade para afastar a Espanha. Antes, na fase a eliminar, a Inglaterra afastou Ucrânia e Alemanha, enquanto a Itália deixou pelo caminho a Áustria e a Bélgica.
A Inglaterra vai estar numa final de uma grande competição pela primeira vez desde o triunfo no Campeonato do Mundo de 1966, curiosamente alcançado também em Wembley e procura o seu primeiro título de campeã da Europa, naquela que é a sua primeira final em Europeus de futebol. Já para a Itália único esta será a quarta final. Sagrou-se campeã em 1968, mas perdeu as finais de 2000 e 2012.
Itália leva vantagem no histórico de confrontos
Ao todo, este será o 28 embate entre as seleções principais dos dois países e, naturalmente, o mais importante de sempre. A vantagem, no histórico, pende para o lado italiano, com dez triunfos, contra oito dos ingleses, tendo-se registado nove empates. E os últimos confrontos também fazem a balança pender para o lado da 'squadra azzurra'. É que a Inglaterra só ganhou um dos últimos sete jogos com a Itália, tendo perdido três e empatado os outros três.
Os dois últimos encontros foram partidas amigáveis, em 2015 e 2018, e terminaram ambas com empates a um golo. O último jogo em grandes competições entre Itália e Inglaterra foi no Mundial de 2014, na fase de grupos, e sorriu à Itália, que com golos de Marchisio e Ballotelli venceu a Inglaterra por 2-1. Daniel Sturridge marcou, então, para os ingleses.
Excluindo partidas amigáveis, a última vitória da Inglaterra sobre a Itália data já do longínquo ano de 1977, quando triunfou por 2-0 na qualificação para o Campeonato do Mundo de 1978. Kevin Keegan e Trevor Brooking marcaram, então, os golos.
Teste à invencibilidade das duas seleções
Olhando para o momento de forma de Inglaterra e Itália, vemos que nenhuma delas conhece, há muito, o sabor da derrota. Nem uma nem outra sabem o que é perder em 2021 e a seleção inglesa não perde há 12 jogos. O último desaire foi frente à Bélgica, em novembro de 2020. Mas a seleção transalpina tem estado ainda melhor. Muito melhor, mesmo...
A Itália não perde há 33 jogos (a última derrota foi frente a Portugal, em setembro de 2018) e atravessava uma série de 13 vitórias seguidas até ao empate das meias-finais com a Espanha (numa partida que haveria de vencer no desempate por penáltis).
E o registo defensivo de ambas também tem sido notável: a Itália esteve 15 jogos seguidos sem sofrer golos antes de ver as suas redes violadas nos oitavos-de-final, ante a Áustria, e leva três golos sofridos neste Euro2020. Quanto à Inglaterra, também só sofreu um total de três golos nas últimas 13 partidas que disputou e, neste Europeu, só leva um golo sofrido (nas meias-finais, diante da Dinamarca).
Equipas prováveis
A Inglaterra conta com todos os 26 convocados à disposição do selecionador Gareth Southgate. Já o selecionador de Itália, Roberto Mancini, voltará a não poder contar com o lateral-esquerdo Leonardo Spinazzola, que também já falhou as meias-finais depois de se ter lesionado com gravidade nos quartos-de-final, ante a Bélgica.
Assim, as equipas deverão entrar em campo com os seguintes 'onzes' iniciais:
Itália: Donnarumma; Di Lorenzo, Bonucci, Chiellini, Emerson; Barella, Jorginho, Verratti; Chiesa, Immobile, Insigne
Inglaterra: Pickford; Walker, Stones, Maguire, Shaw; Rice, Phillips; Saka, Mount, Sterling; Kane
O que dizem os selecionadores
Roberto Mancini, selecionador da Itália: "Vai ser um encontro muito difícil, mas temos de estar focados no nosso jogo. A Inglaterra é uma grande equipa e se chegou à final por algum motivo foi. Mas esperamos que sejam os nossos fãs a ouvir-se no final. A Inglaterra é forte, mas nós também. O Sterling melhorou muito, está muito rápido. Teremos que ser muito cuidadosos, teremos que ser bons na fase defensiva. Mas além dele há Kane e outros, todos são bons e com grandes qualidades. Existe uma grande paixão pelo futebol tanto na Itália como na Inglaterra. Os ingleses sempre tiveram excelentes seleções, faltou um pouco de sorte nestes 55 anos sem troféus".
Gareth Southgate, selecionador da Inglaterra: "A Itália é uma equipa fantástica. Não perde há mais de 30 jogos, um registo incrível para qualquer equipa, mas a nível de selecções é ainda mais impressionante. Sabemos que têm um treinador extremamente experiente, vários jogadores habituados a ganhar títulos. Vai ser um grande desafio para nós, mas estamos entusiasmados com ele. Aconteça o que acontecer, esta selecção deixa um grande legado, mas agora tudo o que importa é ganhar ou perder o título, e não há muitas oportunidades como esta na carreira. Temos de aproveitar e dar o máximo para ganhar".
Uma final dirigida pelo árbitro mais rico do mundo
O árbitro escolhido para apitar a final foi o holandês Bjorn Kuipers. Nascido em Oldenzaal, nos Países Baixos, Kuipers, de 48 anos, estará acompanhado pelos compatriotas Sander van Roekel e Erwin Zeinstra como árbitros auxiliares, pelo espanhol Carlos Del Cerro Grande como quarto árbitro e pelo alemão Bastian Dankert, no VAR.
Bjorn Kuipers já dirigiu três encontros neste Euro2020, nenhum deles envolvendo Itália ou Inglaterra. Esteve, na fase de grupos, no Bélgica 2-1 Dinamarca e no Espanha 5-0 Eslováquia, antes de apitar nos quartos de final o Dinamarca 2-1 República Checa.
Árbitro internacional desde 2006, Kuipers vai dirigir pela quarta vez uma final de uma prova da UEFA, depois de ter dirigido duas finais da Liga Europa (2013 e 2018) e uma final da Liga dos Campeões (em Lisboa, em 2014). O que muitos não sabem é que Kuipers será, provavelmente, o árbitro mais rico do mundo, com uma fortuna estimada em 11,5 milhões de libras, de acordo com o Daily Mail.
Isto porque ele é co-fundador de uma das maiores cadeias de supermercado a operar nos Países Baixos e na Bélgica, a Jumbo Kuipers, depois de se ter licenciado em administração de empresas. Além disso, é também gestor do salão de beleza da sua esposa.
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