O futebolista Tiago Tomás descartou hoje o cenário de uma hipotética vantagem anímica de Portugal no embate de domingo com a Inglaterra, em Ljubljana, da segunda jornada do Grupo D do Campeonato da Europa de sub-21.
“Sinceramente, acho que [a derrota da Inglaterra com a Suíça] não muda nada no jogo. Mesmo que tivesse ganho ou empatado, seria uma partida em que ambas as seleções quereriam vencer. Acho que não vai ser diferente. Será, na mesma, um teste muito difícil para nós e tentaremos ultrapassá-lo”, vincou o avançado, em entrevista à Lusa.
Finalista vencida em 1994 e 2015, a equipa das ‘quinas’ defronta a seleção dos ‘três leões’, vencedora em 1982 e 1984, no domingo, às 21:00 locais (20:00 em Lisboa), no Estádio Stozice, na capital da Eslovénia, com arbitragem do francês François Letexier.
“É uma seleção com muita qualidade individual e jogadores capazes de decidir jogos, tal como nós. Nesse aspeto, são duas equipas muito fortes. Será um jogo muito equilibrado, mas entraremos para vencer e mostrar a nossa qualidade”, apontou Tiago Tomás, sobre um duelo entre dois dos países mais titulados no futebol de formação na última década.
Portugal iniciou na quinta-feira a oitava presença numa fase final do Europeu de sub-21 com um triunfo frente à Croácia, graças ao golo solitário de Fábio Vieira, que permitiu aos lusos juntarem-se na liderança da ‘poule’ à Suíça, que surpreendeu a Inglaterra, também por 1-0.
“Foi difícil superar um bloco baixo da Croácia e faltou ser mais eficazes na finalização, mas, de modo geral, fizemos um bom jogo e merecemos o resultado. Falta de pontaria? Temos jogadores com qualidade nesse momento do jogo. Infelizmente, não fomos tão felizes nesse aspeto, mas esperamos ser mais eficazes nos próximos jogos”, desejou.
Os lusos podem assegurar já uma das duas vagas disponíveis para a ronda eliminatória (quartos de final, meias-finais e final), destinada às oito melhores seleções, entre 31 de maio e 06 de junho, caso vençam os ingleses e a Suíça não perca perante a Croácia.
“Acima de tudo, queremos demonstrar a nossa qualidade. Sabemos que a temos e é também por isso que jogamos futebol e fazemos isto por paixão. O resto vem por consequência disso. A ida à próxima fase? Se não ganharmos estes dois jogos, de nada vale estarmos a pensar nisso. Queremos é ganhar o próximo”, reforçou Tiago Tomás.
Do lote de candidatos, Portugal escapou aos percalços sentidos por Inglaterra, Países Baixos (empate 1-1 com a Roménia), Itália (1-1 com a República Checa) e França (derrotada 1-0 pela Dinamarca), no início da fase de grupos do torneio de ‘esperanças’.
“Neste tipo de provas todas as seleções são muito fortes. Temos visto algumas surpresas face àquilo que as pessoas achavam que iam ser os resultados mais óbvios. Penso que isso demonstra a qualidade de todas as seleções que aqui estão. Não podemos estar mais focados numa ou noutra e temos de nos preparar bem para qualquer uma”, frisou.
A noite de quinta-feira foi especial para Tiago Tomás, de 18 anos, ao efetuar a estreia absoluta no escalão de sub-21 e liderar o eixo ofensivo do conjunto de Rui Jorge, revelando “muito orgulho” por “mais uma etapa numa curta carreira” de futebolista.
“Foi um pequeno choque, porque ainda por cima temos diferentes forma de jogar, mas consegui adaptar-me bem e fiz um bom jogo, tal como os meus colegas. Foi fácil [a integração] e estou feliz aqui. Vê-se que é um grupo que está aberto à entrada de novos jogadores. É malta tranquila e que gosta de se dar bem com todos”, enalteceu.
O dianteiro foi chamado ao Europeu de sub-21 com apenas 21 internacionalizações nas seleções mais jovens, três das quais no torneio continental de sub-17 de 2019, e tenciona “agarrar esta oportunidade” para expor a versatilidade atacante apreciada por Rui Jorge.
“É uma das minhas características. Sou um jogador que dá tudo em campo e poderá ter sido isso que o ‘mister’ tentou trazer para o grupo, além da minha capacidade de explorar a profundidade. Deu-me confiança para fazer o meu jogo e estar tranquilo em campo. A chamada não chegou mais cedo por escolha do ‘mister’, mas temos de respeitar”, notou.
Ciente de que “ainda tem muito mais para dar”, Tiago Tomás congratula-se com os seis golos em 31 jogos na primeira época completa pela equipa sénior do Sporting, líder isolado da I Liga, que justifica com trabalho e foco nos objetivos pessoais a longo prazo.
“Tive de ter o cuidado de trabalhar muito a parte física, que é o maior choque na passagem do futebol de formação para o profissional. Outra coisa que teve mais impacto foi a rapidez de pensamento e o menor tempo para pensar o jogo. Vamo-nos habituando com o tempo e a nossa qualidade ajuda a superar esses problemas”, concluiu.
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