O selecionador português de futebol em sub-19, Joaquim Milheiro, assumiu como missão para o Campeonato da Europa da categoria a valorização e aquisição de experiências nos jogadores para o futuro, assente numa “cultura de vitória”.

Em entrevista à agência Lusa, na Cidade do Futebol, em Oeiras, antes da partida para Malta, onde se disputará o Europeu de sub-19, Joaquim Milheiro rejeitou discutir os objetivos no conceito dos favoritismos, por dar uma dimensão que pode alterar o foco.

“É conseguirmos concretizar o que temos vindo a desenvolver há cinco anos, para ser competentes durante toda a competição, sermos uma equipa que pratica um futebol de boa qualidade e que permita a valorização da equipa e dos jogadores, para que eles consigam estar mais bem preparados para os desafios do futuro”, começou por explicar.

Desta forma, Joaquim Milheiro elencou o objetivo: “A nossa grande missão é conseguir toda esta valorização, para que os nossos jogadores adquiram experiências nesta prova e permita estar mais bem preparados para o futuro, dentro de uma cultura de vitória”.

A equipa jovem das ‘quinas’ procura repetir os feitos das últimas três participações, em que outras gerações lograram a conquista do troféu, em 2018, e alcançaram ainda duas finais, perdidas, em 2017 e 2019. Em 2022, Portugal não esteve presente na fase final.

“O nosso jogo, o que é em concreto? É nós sermos felizes e termos prazer a jogar, é ser uma equipa consistente, ter intensidade de jogo, ter uma alma coletiva muito forte, ser ofensivos, ter a capacidade de reagir rapidamente à perda da bola e valorizar o grande orgulho da camisola que vestimos. É reconhecer e sermos gratos pelos acontecimentos no espaço da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), conseguir elevar bem alto o símbolo das ‘quinas’ e procurarmos enriquecer ainda mais a rica história da federação”, realçou.

A preparação portuguesa para o Europeu foi dividida em três momentos: um primeiro em Penafiel, num “processo de readaptação ao esforço”, tanto do ponto de vista físico, como cognitivo, na interpretação do estilo de jogo, bem como um segundo, na Cidade do Futebol, de continuação desse “processo evolutivo da organização de jogo e criando contextos de elevada intensidade”, também por culpa das altas temperaturas de Malta.

“Sinto que, neste momento, estamos numa escala de 95% nas capacidades máximas do jogador. O terceiro momento em Malta dará os 5%, que passa por perceber ao detalhe o adversário, aprofundar mais a organização de jogo do adversário e também melhorar alguns pormenores da nossa identidade de jogo. Na segunda-feira, acredito que vamos estar no máximo das nossas capacidades para jogar o nosso futebol”, disse o treinador.

No Grupo A, Portugal enfrenta a Polónia, um opositor “intenso nos duelos, com grande capacidade nas transições ofensivas e um setor médio com boa capacidade de gerir o ritmo de jogo”, a Itália, “com uma plasticidade tática muito interessante que provocará alguns problemas, capacidade de jogar em diferentes blocos e com mais experiência”, e Malta, “com alguns jogadores interessantes e incentivados também por jogar em casa”.

“Se estão num Europeu, para nós fica muito claro a competência que apresentaram ao longo da época. Portanto, estarão com certeza com bom nível de organização de jogo e com capacidade individual para conseguirem ter elevado rendimento na competição. São três seleções com organizações de jogo distintas”, avaliou o selecionador nacional.

As dificuldades em definir a lista final de 20 futebolistas para uma competição que não decorre em datas FIFA, com atletas regulares na seleção a não serem libertados pelos clubes, mereceu uma reflexão de Joaquim Milheiro, que considera importante criar-se datas FIFA para estas provas “extremamente relevantes para o ecossistema do futebol”.

“Uma coisa para mim é clara. Valorizo muito os que não estão cá presentes, reconheço o grande mérito, mas tenho confiança máxima nestes 20 jogadores selecionados. São miúdos que têm trabalhado até à exaustão em todos os momentos e acredito que eles podem trazer uma grande alegria para os portugueses. É a minha confiança”, apontou.

No Europeu em Malta, Portugal inicia a competição na segunda-feira diante da Polónia, na cidade de Paola, seguindo-se na quinta-feira a Itália, em Ta’Qali, e, na derradeira jornada do grupo A, no dia 09 de julho, a seleção anfitriã Malta, na cidade de Xewkija.

No Grupo B, a supercampeã Espanha, por oito vezes no atual modelo e mais duas nos torneios anteriores, é a favorita, tendo como adversários a Islândia, Grécia e Noruega.

Os dois primeiros de cada agrupamento apuram-se para as meias-finais da competição, agendadas para o dia 13 de julho, enquanto o jogo decisivo será jogado em 16 de julho.