O Liechtenstein, o ‘eterno’ último classificado das fases de qualificação, é o primeiro adversário de Portugal no caminho para o Europeu 2024, uma seleção que nunca conseguiu fugir ao fundo do futebol europeu e chega a Lisboa sem selecionador.
O austríaco Rene Pauritsch, ligado à federação do Liechtenstein há quase duas décadas, assumiu interinamente a função de selecionador para o arranque do apuramento para o próximo Europeu, cargo que já tinha ocupado no passado, numa equipa que continua recheada de jogadores amadores, semi-amadores, a jogar nos escalões inferiores da Suíça e Áustria, além do campeonato local.
Na lista de 23 jogadores convocados pelo técnico de 59 anos, é difícil encontrar um nome conhecido do futebol ao mais alto nível, embora a inclusão de Noah Frick, avançado do Montlingen, dos campeonatos amadores da Suíça, chame alguma atenção, sobretudo pelo apelido.
Noah, de 21 anos, tem Zinedine no seu nome completo (talvez ou não como referência a Zidane), aparece em estreia nos convocados do principado e é filho de Mario Frick, considerado o melhor jogador da história do Liechtenstein.
Mario, atualmente com 48 anos e a fazer carreira de treinador na Suíça, é o melhor marcador de sempre do Liechtenstein, com 16 golos, e o segundo jogador com mais internacionalizações (125), só atrás do ex-guarda-redes Peter Jehle, que na sua carreira chegou a defender as redes do Boavista (2006/2008).
O médio Nicolas Hasler, de 31 anos, que chegou a passar pela Liga norte-americana (MLS) e agora representa o Vaduz, carrega a braçadeira de capitão, enquanto Dennis Salanovic, a atuar no terceiro escalão em Espanha, aparece com a figura mais perigosa no ataque.
Com pouca, ou até sem qualquer ligação ao futebol de mais alto nível, o Liechtenstein continua a ser das seleções mais frágeis do futebol europeu, situação que até foi retratada em livro, publicado em 2002, pelo escritor britânico Charlie Connelly, que acompanhou a equipa na fase de qualificação para o Mundial desse ano.
Em causa no livro está a motivação que leva um grupo de jogadores a competir sem qualquer possibilidade de chegar ao objetivo final (a qualificação), somando apenas derrotas pesadas e sem qualquer golo marcado, o que sucedeu precisamente nessa fase de apuramento.
Depois disso, o Liechtenstein ainda consegui fugir por duas vezes ao último posto dos seus grupos, na luta para o Mundial2006 e para o Euro2016 (foi penúltimo em ambas), mas recentemente voltou aos ‘velhos tempos’, com apenas derrotas e um número alto de golos sofridos em cada campanha.
Portugal pode ter imposto algumas das maiores goleadas ao Liechtenstein (duas vezes 8-0 e uma vez 7-0), mas em 2004 ‘tropeçou’ em Vaduz, quando empatou (2-2), num dos maiores feitos da história do futebol do principado.
O encontro da primeira jornada do Grupo J está agendado para as 19h45 desta quinta-feira, no Estádio José Alvalade, em Lisboa, e terá a arbitragem do norueguês Espen Eskas.
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