A SAD do Clube Football Estrela, da Amadora, avançou com uma proposta de dois milhões de euros para a compra do Estádio José Gomes, na Reboleira, que se encontra em leilão.
Depois de acumular dívidas superiores a 36 milhões de euros, o Estrela da Amadora foi declarado insolvente, em 2011, na sequência do chumbo dos mais de 200 credores, entre os quais o Estado, no plano de recuperação do clube.
O processo de venda do Estádio José Gomes, que incluiu também o campo de treinos e o edifício onde funciona o bingo, que está concessionado, tem estado num impasse desde então, embora entre 2011 e 2013 tenha havido, sem sucesso, duas tentativas de venda.
Tudo indica que a curto prazo poderá haver um desenlace neste processo, até porque, em 27 de novembro, vai realizar-se o leilão para a venda do recinto. As propostas enviadas pelo correio com o carimbo até hoje (20/11/2020) e recebidas nos próximos dias serão consideradas válidas, bem como as que surgirem aquando da realização do leilão.
Contactado pela Agência Lusa, o administrador de insolvência, Jorge Calvete, não confirmou existência de propostas.
Com a fusão do Clube Desportivo Estrela - que sucedeu ao Clube Futebol Estrela da Amadora – com o Club Sintra Football e que deu origem ao Clube Football Estrela, abre-se agora uma janela de oportunidade que a SAD do emblema tricolor pretende aproveitar.
Desconhecendo-se se existem ou não outros interessados, a única certeza é que a SAD do Estrela da Amadora apresentou formalmente uma proposta para a aquisição do Estádio José Gomes.
“A nossa é de dois milhões de euros. A única proposta possível e passível de ser aceite. Para bem de todos, câmara e ex-funcionários, não há outro caminho se não chegar a entendimento com a atual SAD do Estrela da Amadora”, afirmou à Agência Lusa André Geraldes.
Embora esta verba seja cerca de um terço da base de licitação no leilão, André Geraldes considera que este é o valor justo “para que todas as partes fiquem salvaguardadas”, até porque recentemente esta SAD fez melhorias no recinto, onde se destaca a colocação de relvados tanto dentro do estádio como nos campos de treinos.
“Durante 12 anos não existiu nenhuma solução e agora existe uma que, em plena pandemia, serve não só para a revitalização desportiva como para ressarcir os funcionários que saíram prejudicados”, sustentou.
Independentemente de quem vier a adquirir o recinto, a posição da Câmara Municipal da Amadora é bastante clara até porque o espaço apenas poderá ter um fim.
“Em PDM [Plano Diretor Municipal] o estádio está implantado em área de equipamento, pelo que não pode haver construção de imóveis nem para habitação, nem comércio”, informou à Agência Lusa a assessoria de imprensa da autarquia amadorense.
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