O movimento ‘Futebol Sem Género’ vê “com naturalidade” o recuo da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) na criação de um limite orçamental para a Liga feminina de futebol e assegurou que irá “continuar alerta”.
Em comunicado, o movimento criado pelas jogadoras de futebol feminino em Portugal disse ver “com naturalidade” o recuo da FPF anunciado hoje, mas lamentou que este organismo “continue a entender que a imposição deste teto, somente aplicável ao futebol feminino, não encerre em si mesmo violações crassas dos direitos das jogadoras”.
“Pena é que a FPF não alcance, ainda, a gravidade das suas intenções e a dimensão da perda de confiança que a defesa da desigualdade sempre acarreta – no presente, e no futuro - o que obriga o Movimento Futebol Sem Género a continuar alerta contra estas e outras violações”, destaca a nota.
A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e o Sindicato de Jogadores chegaram a um entendimento e a norma do limite orçamental não constará da proposta final de regulamento da Liga feminina de futebol, foi hoje anunciado.
“Sendo a Federação e o Sindicato parceiros na promoção e desenvolvimento da participação das mulheres no desporto em geral e no futebol em particular e face ao clima de intranquilidade gerado pelo facto da medida ter sido interpretada como uma discriminação em função do género – coisa que não é nem poderia ser -, a FPF informou o Sindicato que essa norma específica não constará do regulamento 2020/2021”, refere a FPF em comunicado.
O movimento lamentou ainda que a FPF apenas recue “alegando o clima de intranquilidade gerado”.
Realçando que já conta com a assinatura de mais de 200 jogadoras, o movimento ‘Futebol sem Género’ garantiu também que irá “continuar com uma voz ativa e a lutar pelos interesses das jogadoras de futebol feminino, doa a quem doer”.
“Muito nos orgulha que o Movimento tenha conseguido mudar a opinião de um Sindicato [de Jogadores] que, por si só, apenas existe como organismo para defesa dos jogadores e jogadoras”, sublinha, deixando críticas a este sindicato.
A iniciativa que representa as jogadoras de futebol explicou que “não se poderá rever, nem agora, nem nunca, num Sindicato cujo Presidente, nas tormentas das primeiras ondas seja o primeiro a abandonar a embarcação (se é que alguma vez lá esteve dentro) e, uma vez passado o ‘Bojador’ venha cantar 'aqui-d’el-rei' que aqui cheguei, tentando reescrever a História”.
As jogadoras de futebol feminino em Portugal tinham anunciado em 18 de junho a criação do movimento ‘Futebol Sem Género’ contra o limite salarial de 550 mil euros que a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) tinha estabelecido aos planteis do principal escalão, que acusavam de ser “discriminatório”.
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