O presidente da Naval 1.º de Maio, Aprígio Santos, disse hoje à agência Lusa que não está nos planos da comissão diretiva da associação da Figueira da Foz a criação de um novo clube.
Aprígio Santos recusou o cenário sugerido segunda-feira pelo presidente da autarquia local, João Ataíde, como eventual solução para a Naval 1.º de Maio - que se debate com graves problemas financeiros - e para a gestão do complexo do estádio municipal José Bento Pessoa, atribuído, por protocolo, ao clube.
«A Naval 1º de maio tem um défice muito grande na sua gestão. É evidente que isto não pode continuar muito tempo, estamos a aguardar a ver se há alguma solução que viabilize uma retoma da Naval 1.º de Maio», disse João Ataíde durante a reunião do executivo de segunda-feira.
O autarca do PS disse esperar que «alguém resolva o problema» do clube - que entregou em tribunal um Plano Especial de Revitalização e tem dívidas da ordem dos seis milhões de euros - afirmando que seria «interessante que se criasse uma associação concomitante» com a Naval 1.º de Maio, fundada em 1893 e uma das agremiações mais antigas do país.
Confrontado com as declarações de João Ataíde, Aprígio Santos recusou comentá-las: «não sei, nem quero saber», disse o responsável da Naval, considerando «evidente» que qualquer decisão nesse sentido passe pelos associados.
A questão da Naval 1.º de Maio e do protocolo do estádio municipal foi levada à reunião por Miguel Almeida, vereador da coligação Somos Figueira, que defendeu que a autarquia «tem de sinalizar que está disponível» para fazer um contrato com a instituição que vier a ser criada.
«Mas não somos nós que temos de resolver esse problema, são os sócios da Naval», disse Miguel Almeida, em resposta a João Ataíde.
O vereador frisou que existe incumprimento por parte da Naval do protocolo de cedência do estádio municipal e antigo campo de treinos pelado, hoje um espaço com dois campos sintéticos, recentemente inaugurados.
«O protocolo hoje não existe, não pode ser levado a sério. Acho fundamental que a Câmara faça uma intervenção urgente para manter as escolas da Naval, mas também acho que a Naval não pode ser a única a utilizar aquele espaço», advogou Miguel Almeida.
Já Carlos Monteiro, vereador com o pelouro do Desporto, explicou que a Naval 1.º de Maio deve à autarquia, nos termos do protocolo (que termina em fevereiro de 2014), 120 mil euros de pagamentos de água e eletricidade e que a Câmara, por seu turno, tem em dívida 90 mil euros do valor protocolado para apoio à atividade desportiva de formação.
«A Naval já não recebe há algum tempo porque não tem as contas da Segurança Social em ordem», frisou, adiantando que o problema é «extremamente complexo».
Ainda segundo Carlos Monteiro, a autarquia está a elaborar um guia de procedimentos para a utilização dos campos de relva sintética «independentemente de estar protocolado com a Naval ou outra entidade».

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