O presidente da Câmara de Matosinhos anunciou hoje que a autarquia vai cessar relações com a União Desportiva Lavrense e revogar o contrato de cedência do seu complexo desportivo por “roubo” do terreno do antigo campo, ao registá-lo por usucapião.
O independente Guilherme Pinto transmitiu à agência Lusa a posição que defendeu hoje na reunião privada do executivo, explicando que “a União Desportiva Lavrense registou por usucapião o terreno do antigo campo de futebol tendo perfeita consciência que era da propriedade da Câmara de Matosinhos e da Segurança Social”.
“A partir do momento em que tomaram esta atitude inqualificável, pedi aos serviços que tomassem os procedimentos necessários para revogar o contrato de cedência do novo complexo desportivo”, disse.
O presidente da autarquia tomou por isso a posição política – a que agora se seguirão os procedimentos legais – de “cessar relações e exigir a devolução de todos os ativos que são da Câmara de Matosinhos”.
O novo complexo desportivo de Lavra foi inaugurado em 2007 então por Guilherme Pinto, equipamento que alberga atualmente União Desportiva Lavrense, tendo então custado cerca de três milhões de euros e comporta um campo de futebol com medidas oficiais.
Na próxima época o clube terá assim que encontrar outro sítio para jogar, considerando o presidente da autarquia que “não há condições para manter relações com uma instituição que rouba à câmara e à segurança social um terreno que sabem que não lhes pertence”.
“Há dois anos que andávamos a conceber um projeto, tendo inclusivamente havido um concurso de ideias, para utilizar o antigo campo de futebol. A Câmara de Matosinhos estava em negociações com a Segurança Social para transformar aquele espaço numa zona de requalificação”, explicou.
Segundo Guilherme Pinto, a autarquia foi surpreendida “por uma atitude inconcebível”, acrescentando que o clube “tinha consciência que se estava a apropriar de uma coisa que não era deles”.
De acordo com o independente, o processo legal relativo ao usucapião, do qual a câmara vai recorrer, será agora “complexo e longo”, devendo o clube reconhecer que se apropriou de uma coisa que não era dele.
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