Pablo Fernández pediu desculpas e prometeu melhorar, depois de ter agredido Pedro com um soco no queixo. O preparador físico do Flamengo desentendeu-se com o avançado do Mengão durante a vitória diante do Atlético Mineiro (2-1), na 17.ª jornada do Brasileirão.
"Poderia começar estas palavras de mil maneiras, mas as únicas que realmente fazem sentido é pedir desculpas. Ao Pedro, aos colegas, aos trabalhadores e ao Flamengo. Entrei no balneário muito chateado, a querer resolver logo a situação e fiz mal. Foi planeado que hoje seria um dia de folga. É uma pena, porque eu gostaria de poder, primeiro, falar sobre isto pessoalmente com todos os funcionários do clube. Senti-me muito magoado com uma situação e reagi da pior forma", começou dizer, em declarações reproduzidas pelo site 'GloboEsporte'.
"Estive a pensar sobre o que aconteceu por horas e gostaria de poder voltar atrás no tempo. Mas não se pode. O que existe é o presente e o futuro. Isso é pedir perdão e tentar novamente. Todas as vezes que for necessário. Lamento e gostaria de corrigir. Definitivamente, se tivesse divergências com o Pedro, devia tê-las resolvido noutro momento e de outra forma. Vou tentar fazer com que isso aconteça. Vou trabalhar para mudar e ser melhor", completou o argentino que faz parte da equipa técnica de Jorge Sampaoli.
De acordo com a imprensa brasileira, o preparador físico considerou que Pedro lhe faltou ao respeito ao ter ficado no banco, em vez de estar na zona de aquecimento, quando o Flamengo ainda tinha uma substituição por fazer no jogo. A agressão acabou por acontecer já no balneário.
Diz ainda a imprensa brasileira que os jogadores do Flamengo ficaram chocados com a agressão e que se recusam a treinar enquanto o preparador físico Pablo Fernández não for despedido. A ESPN diz mesmo que o plantel quer a saída de toda a equipa técnica, incluindo o treinador Jorge Sampaoli.
Também o técnico Jorge Sampaoli já reagiu ao incidente. O argentino que comanda o Flamengo sublinha que não tem dormido, a pensar em como solucionar o problema.
Eis a mensagem de Jorge Sampaoli nas redes sociais
"Não acredito na violência como solução. Isso não nos leva a lugar nenhum. Nem na vida, nem no futebol. Ao longo da minha carreira, vi tantas lutas e elas sempre me deixaram com uma sensação de vazio. O que aconteceu ontem me deixou muito triste. Ofuscamos uma vitória impressionante com uma disputa interna cujas razões existem, mas neste momento não importam.
A história me mostrou que a única solução é a conversa. Mesmo quando errei ou vi o erro dos outros. Eu tenho fé na palavra. Que é uma forma de ter fé no ser humano. Porque a violência nos separa e a conversa nos une.
Quando eu era criança e comecei a jogar futebol, as brigas dentro e fora do campo eram muito comuns. Assim como muitas coisas no mundo mudaram para pior, algumas mudaram para melhor. A violência é menos aceita a cada dia como forma de resolver as coisas. É uma transformação que levará tempo. Não será de um dia para o outro. Todos nós temos o direito de cometer erros. Porque temos a possibilidade de nos transformarmos. Para ser melhor.
Eu sou o condutor desta equipe. Me dói muito quando dois colegas de trabalho brigam. Mais do que a violência. Os treinadores não se dedicam apenas à tática e à preparação dos futebolistas. Acima de tudo, trabalhamos para gerir grupos. Tentamos melhorar e cuidar das pessoas.
Não tenho dormido pensando em como ajudar Pedro e Pablo. Sei que vocês dois tiveram uma noite horrível. E que, aconteça o que acontecer, temos a obrigação de nos cuidar. Para nos mudar Para unir. Para ser melhor. E colocar o Flamengo no topo."
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