Depois da derrota caseira, por 3-0, frente ao Botafogo, Abel Ferreira, treinador do Palmeiras, reconheceu que o desaire deixa o adversário em excelente posição para conquistar o Brasileirão, mas não atirou ainda a toalha ao chão, lembrando que nada está totalmente decidido. .

"O Botafogo está com tudo para ser campeão, há quatro anos que investe nisso. Quando cheguei ao Brasil, o Botafogo estava na segunda divisão, em quatro anos está na final da Libertadores e a disputar o campeonato taco a taco connosco. Tem tudo nas mãos para ser campeão, sem dúvida alguma. Estamos na luta ainda. Mas o Botafogo tem tudo para ser campeão. Já desperdiçaram no ano passado e não acredito que vão desperdiçar de novo", sublinhou.

O técnico português falou ainda das críticas de que foi alvo por parte de alguns adeptos. "Viram o que o resto da torcida fez? Isso mostra o carinho que têm por nós. Eu entendo. São muitos títulos juntos. Parece que o Palmeiras ganha sempre e vocês sabem que não é isso. Tem bons dirigentes, jogadores, recursos, mas a verdade é que hoje correu tudo bem com o adversário mas ainda não há campeão", reforçou.

Já Artur Jorge, treinador do Botafogo, destacou a atitude da sua equipa.

"Não mudámos a nossa forma de abordar o jogo. Fomos uma equipa muito competente durante os 90 minutos, que procurou aquilo que era um objetivo, ganhar o jogo. Uma vitória muito importante, porque nos permite voltar ao primeiro lugar. Temos ainda seis pontos em disputa e temos de continuar a trabalhar como hoje [terça-feira], porque vamos ter também rivais muito fortes", afirmou.

"Tivemos um adversário muito difícil, que tem dado uma luta tremenda. Hoje, só poderia ser assim. Só tendo um Botafogo deste nível seria possível vencer como vencemos. Quero dedicar a vitória aos nossos adeptos, pois mereciam isso, desfrutar deste momento. Depois de algumas dúvidas, provavelmente, mostrámos que estamos vivos, que estamos na luta, que vamos continuar a lutar. Foi uma resposta tremenda de uma equipa que se comportou a um nível muito alto", acrescentou.

"Não estou com pressão alguma, confesso. Estou a viver uma aventura que tem sido extraordinária. Percebo a ansiedade do adepto, muitos anos à espera de ganhar um título. Mas não se pode aliviar a pressão ainda. No sábado temos um troféu para disputar, uma Libertadores, coisa inédita para o nosso clube. Depois, temos os tais seis pontos para disputar, sendo que quatro bastam. Mas não dá para descansar. Ainda não é o momento de relaxar", terminou.