O jogador Neymar prestou, esta quinta-feira, um depoimento de mais de cinco horas na delegacia de Defesa da Mulher de São Paulo, Brasil, sobre a acusação de violação que pesa sobre si, feita pela modelo Najila Trindade Mendes de Souza, de 26 anos.

"Estou muito tranquilo. Agradeço todas as mensagens de apoio que recebi até agora. A verdade irá aparecer cedo ou tarde", disse o atacante do Paris-Saint-Germain ao jornalistas ao final do depoimento. O jogador respondeu as todas as questões e negou ter violado a modelo.

Neymar chegou ao comissariado às 16:00 (20:00 em Lisboa), apoiado em muletas, devido à rotura de ligamentos num tornozelo que o afastou da Copa América, competição que arranca hoje e na qual o Brasil é o anfitrião.

Depois de terminar a primeira parte do interrogatório, a procuradora que acompanha o caso, Fávia Cristina Merlini, disse que Neymar respondeu a todas as questões colocadas e negou ter cometido o crime de que é acusado.

A procuradora colocou de parte uma acareação entre o jogador e a modelo, com base nas declarações que recolheu.

O atleta, de 27 anos, foi acusado por Najila de tê-la violado num hotel em Paris no dia 15 de maio. Neymar diz-se inocente e defende que se tratou de uma relação consensual. A modelo sublinha que viajou para Paris para ter relações sexuais com o jogador de 27 anos mas que, no quarto de hotel, mudou de opinião ao ser informado pelo atacante que este não tinha preservativos. Foi nesse momento que assegura ter sido violada pelo atleta do PSG.

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Após a acusação, apresentada em São Paulo no dia 31 de maio, o jogador divulgou conversas íntimas com a modelo, o que provocou a abertura de uma investigação por suposto crime virtual, paralela à de violação.

E essa divulgação esteve na base da primeira presença de Neymar numa esquadra a prestar esclarecimentos sobre o caso. No passado dia 6 de junho, no Rio de Janeiro, o avançado foi ouvido durante uma hora e 40 minutos sobre a divulgação de imagens íntimas da modelo brasileiro, no Instagram, que o avançado garante ter sido feita por assessores.

Já Najila foi acusada de difamação, na quarta-feira, pela Polícia Civil de São Paulo, por ter posto em dúvida a imparcialidade das investigações.

No programa 'Conexão Repórter', do televisão SBT, a modelo referiu-se ao suposto roubo do tablet onde guardava o vídeo completo do seu segundo encontro com Neymar em Paris. Najila acusa o terceiro advogado do caso de ser o responsável pelo roubo.

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Quando o jornalista Roberto Cabrini disse-lhe que a polícia tinha identificado apenas impressões digitais suas e da sua empregada na casa, a jovem respondeu: "A polícia está comprada, não é? Estou louca?".

Nesta altura, apenas um minuto dessas imagens gravadas no dia seguinte da suposta violação foram conhecidas. Nelas Najila aparece a agredir o jogador e a reclamar que ele a teria agredido no dia anterior, durante o encontro de 15 de maio em Paris.

Nestas últimas duas semanas, três advogados desistiram de defender a mulher. O último foi Danilo Garcia de Andrade, acusado por Najila de ter roubado o tablet onde estaria o vídeo completo da violação.