Depois de o Palmeiras vencer o Guarani para o campeonato paulista, o treinador Abel Ferreira comentou a violência no futebol e confessou estar preocupado com a situação, nomeadamente no que diz respeito à sua família.
"Muitos episódios graves estão a acontecer no futebol. Não podem olhar para isto e estas pessoas e estes clubes não sejam punidos. É preciso dar a cara. Hoje entrei nesta conferência de imprensa e falaram-me de uma rixa num jogo, com uma morte registada. Quantos mais vão morrer? Os organismos do futebol e outras entidades têm de dar a cara, justificar o cargo que ocupam", começou por dizer.
"Quando eu não ganho, tenho responsabilidade. E espero que cada um assuma a responsabilidade pelo bem do futebol brasileiro: a CBF, a organização dos estaduais, o Ministério Público... Que sejam tomadas medidas. Todos falam do melhor futebol na Europa, mas já foi uma miséria, devido aos hooligans. As palavras leva-as o vento. A segurança preocupa-me muito", acrescentou.
"Quando entrei aqui e vi imagens do México e dizem-me que no Brasil acontece o mesmo... vou ter de pensar muito bem no que quero para a minha família, para mim e para os meus jogadores. Não podemos fingir que nada está a acontecer. Posso ser rival, mas respeito a vida. No futebol não vale tudo. A vida tem valor. Temos de dar o exemplo", rematou Abel Ferreira.
As palavras do treinador português surge na sequência da morte de um homem em Belo Horizonte durante confrontos entre adeptos do Cruzeiro e do Atlético Mineiro, à margem de um embate entre os dois rivais históricos do futebol brasileiro.
Também este fim de semana pelo menos 22 pessoas ficaram feridas no México em confrontos entre adeptos de duas equipas, no centro do país. A imprensa local fala em 17 mortos.
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