O regresso da equipa sénior do Juventude de Évora ao Campeonato de Portugal de futebol, na próxima época desportiva, depois de seis anos nas competições distritais, é encarado com a "sensação de justiça" pelos responsáveis do clube.
"É com a sensação de justiça. O Juventude foi, ao longo desta época, a melhor equipa e isso foi reconhecido pelos nossos adversários", afirmou hoje à agência Lusa o presidente do Juventude Sport Clube, António Sousa.
O Juventude, primeiro classificado no principal campeonato da associação de Évora quando as competições foram dadas por terminadas, devido à pandemia de covid-19, é uma das 20 equipas das competições regionais que vão subir, na próxima época, ao Campeonato de Portugal.
A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) vai reestruturar o terceiro escalão, criando a III Liga em 2021/22, e, para isso, vai alargar a 96 clubes o Campeonato de Portugal para integrar os 20 campeões regionais, entre os quais o Juventude, que se junta neste escalão ao rival Lusitano de Évora.
Os 96 clubes vão ser organizados em oito séries de 12 equipas, nas quais os campeões vão apurar-se para o acesso à II Liga, os quatro seguintes (do segundo ao quinto) para o acesso à III Liga e os últimos quatro (do nono ao 12.º) são despromovidos aos distritais.
Também em declarações à Lusa, o treinador da equipa eborense, João Guerra, notou que a decisão da FPF foi recebida com "um sentimento de justiça", mas também de "felicidade, por fazer outros felizes com esta subida, e de missão cumprida".
"Mostrámos dentro de campo que fomos melhores e mais fortes que os restantes adversários", disse, sublinhando que o Juventude estava no primeiro lugar, tinha melhor ataque, melhor defesa, melhor diferença de golos e vantagem no confronto direto perante todos os adversários.
Para o treinador do Juventude, "a conquista da subida de divisão vai recolocar o clube num patamar que é seu por direito e colorir o trabalho desenvolvido e melhorado época após época por direção, equipa técnica, jogadores e adeptos".
O presidente do clube alentejano assinalou que, caso não se concretizassem as subidas ao nacional, o grupo de 20 campeões regionais "estava em risco de ser muito prejudicado" e ver "o trabalho de um ano deitado fora".
"Foram cinco semanas com muitos comunicados e pressões. O Juventude esteve sempre na linha da frente desta batalha e a luta conduziu a uma grande vitória", frisou António Sousa, considerando que a decisão da FPF significa "o reconhecimento do mérito desportivo".
O dirigente do Juventude de Évora adiantou que a direção do clube vai reunir-se na próxima semana para "debater a participação no Campeonato de Portugal", prevendo que a competição será "muito desafiante".
"Deve ser o único que tem 12 lugares de classificação e que pode atirar, no final, uma equipa para uma de quatro divisões diferentes: para a distrital, para o Campeonato de Portugal, para a futura III Liga ou para a II liga".
António Sousa destacou ainda que será "um campeonato curto com 12 equipas e 22 jornadas" e que "as taxas vão descer", pelo que "há um grande convite à participação dos clubes e o reconhecimento das dificuldades por que muitos passam".
Fundado há 101 anos, o Juventude Sport Clube, cuja última participação nos campeonatos nacionais foi na então III Divisão, na época 2012/13, disputa, desde então, o principal escalão regional.
Quando o campeonato distrital foi dado por terminado, faltavam disputar sete jornadas, sendo que o Juventude liderava a competição, com mais cinco pontos que a União de Montemor.
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