O Tribunal Metropolitano de Budapeste decidiu esta terça-feira extraditar para Portugal o alegado hacker Rui Pinto, colaborador do 'Football Leaks', para que este seja julgado pela justiça lusa. No entanto, o arguido pode ainda recorrer da decisão do tribunal húngaro.
A sessão começou às 10:15 (09:15 em Lisboa) e serviu para as partes apresentarem ao tribunal os respetivos fundamentos. Como foi decretada a extradição para Portugal, Rui Pinto, que está em prisão domiciliária, em Budapeste, desde 18 de janeiro, será imediatamente detido.
Rui Pinto foi detido em 16 de janeiro, na sequência de um mandado de detenção europeu emitido pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) por duas situações: acesso aos sistemas informáticos do Sporting Clube de Portugal (SCP) e do fundo de investimento 'Doyen Sports' e posterior divulgação de documentos confidenciais, como contratos de jogadores do SCP e do então treinador Jorge Jesus, assim como de contratos celebrados entre a 'Doyen' e vários clubes de futebol.
Em comunicado posterior, os advogados de Rui Pinto assinalam que o seu cliente "tornou-se um importante denunciante europeu no âmbito dos chamados Football Leaks", relembrando que "muitas revelações feitas ao abrigo destas partilhas de informação estiveram na origem da publicação, durante vários anos, de notícias que deram lugar à abertura de muitas investigações em França e noutros países europeus".
Em 13 de fevereiro deste ano, o tribunal húngaro rejeitou o recurso do Ministério Público daquele país para que Rui Pinto passasse a prisão preventiva, mantendo o português em prisão domiciliária, enquanto aguarda o desenrolar do processo de extradição para Portugal, ao qual se opôs.
Rui Pinto terá acedido, em setembro de 2015, ao sistema informático da "Doyen Sports Investements Limited", com sede em Malta, que celebra contratos com clubes de futebol e Sociedades Anónimas Desportivas (SAD).
O 'hacker' é também suspeito de aceder ao email de elementos do conselho de administração e do departamento jurídico do Sporting e, consequentemente, ao sistema informático da SAD 'leonina'.
Rui Pinto está indiciado de seis crimes: dois de acesso ilegítimo, dois de violação de segredo, um de ofensa a pessoa coletiva e outro de extorsão na forma tentada.
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