É hoje decidido no Tribunal Metropolitano de Budapeste, o processo de extradição para Portugal do português Rui Pinto, colaborador do 'Football Leaks'. No intervalo da audiência, Rui Pinto disse aos jornalistas que não tinha conhecimento da origem dos e-mails do Benfica.
"Isso têm de perguntar ao Francisco J. Marques que recebeu os emails", atirou o alegado hacker, acrescentando que a sua presença em tribunal "tem a ver com Doyen e Sporting" e que o "Benfica é outro caso".
"Sobre o roubo de emails não tenho nada a dizer. Esta tentativa de colagem do Football Leaks com o roubo dos emails é ridícula", referiu ainda.
Por fim, Rui Pinto atirou que "o caso do Benfica é um exemplo em como a justiça em Portugal é inexistente no que toca ao futebol, isso é óbvio".
Recorde-se que Rui Pinto foi detido em 16 de janeiro, na sequência de um mandado de detenção europeu emitido pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) por duas situações: acesso aos sistemas informáticos do Sporting Clube de Portugal (SCP) e do fundo de investimento 'Doyen Sports' e posterior divulgação de documentos confidenciais, como contratos de jogadores do SCP e do então treinador Jorge Jesus, assim como de contratos celebrados entre a 'Doyen' e vários clubes de futebol.
Em comunicado posterior, os advogados de Rui Pinto assinalam que o seu cliente "tornou-se um importante denunciante europeu no âmbito dos chamados Football Leaks", relembrando que "muitas revelações feitas ao abrigo destas partilhas de informação estiveram na origem da publicação, durante vários anos, de notícias que deram lugar à abertura de muitas investigações em França e noutros países europeus".
Em 13 de fevereiro deste ano, o tribunal húngaro rejeitou o recurso do Ministério Público daquele país para que Rui Pinto passasse a prisão preventiva, mantendo o português em prisão domiciliária, enquanto aguarda o desenrolar do processo de extradição para Portugal, ao qual se opôs.
Rui Pinto terá acedido, em setembro de 2015, ao sistema informático da "Doyen Sports Investements Limited", com sede em Malta, que celebra contratos com clubes de futebol e Sociedades Anónimas Desportivas (SAD).
O 'hacker' é também suspeito de aceder ao email de elementos do conselho de administração e do departamento jurídico do Sporting e, consequentemente, ao sistema informático da SAD 'leonina'.
Rui Pinto está indiciado de seis crimes: dois de acesso ilegítimo, dois de violação de segredo, um de ofensa a pessoa coletiva e outro de extorsão na forma tentada.
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