No passado mês de fevereiro o jogador checo Jakub Jankto assumiu a sua homossexualidade através de um breve vídeo de cerca de 45 segundos. Desde então, o jogador do Cagliari tem recebido milhares de mensagens de apoio e afirma que não se arrepende de ter tomado essa decisão.
"Sempre que abria o TikTok ou o Instagram, o primeiro vídeo era sobre mim. Toda a gente a falar de mim. Mas eu sabia que ia ser assim nas primeiras duas ou três semanas. Precisava de tempo para respirar um pouco. Quando recebes milhares, ou talvez milhões, de mensagens de apoio de pessoas, deixa-me feliz. Foram incríveis. Mas isso traz pressão. Não é fácil ser o primeiro rapaz, ao meu nível, a dizer: ‘Sim, sou gay", começou por dizer Jankto em entrevista à 'BBC Sport'.
O internacional checo recordou os tempos de adolescência e de como foi descobrindo a sua homossexualidade à medida que foi crescendo. Jankto ainda vê o futebol como um universo um tanto homofóbico.
"Tinha 13 ou 14 anos quando soube algo que era não antinatural, mas diferente. Quando és uma criança não pensas sobre isso. Mas quando tentei o meu primeiro relacionamento com uma rapariga, não foi como se fosse um rapaz… Quando entrei para a primeira equipa profissional, ser gay ainda não era visto como algo normal. O futebol ainda é um pouco homofóbico, acho eu. Ficava com medo, quando tinha 18 ou 19 anos e estava perto de outros rapazes, de abrir mensagens no WhatsApp, porque tinha medo que alguém visse uma mensagem ou uma fotografia de um rapaz", descreve o médio.
O jogador do Cagliari, e que esteve emprestado ao Slavia de Praga na última época olha para os últimos meses após o seu anúncio e sente que não foi um erro e que agora não precisa mais de se esconder.
"Jogar futebol profissional é um sonho para mim e estou sempre à procura de maneiras de melhorar. Foi um grande momento para mim. Seis ou sete meses depois, posso dizer que não foi um erro. Foi um grande momento para todos os jogadores de futebol e muitos me agradeceram. Sair do armário significa que não tenho de me esconder mais", sublinhou.
Jankto terminou desejando que a sua atitude possa vir a abrir portas para que outros se sintam confortáveis em fazer o mesmo.
"Estou orgulhoso de mim mesmo, porque se consegui superar esta situação, poderei ultrapassar tudo no que resta da minha vida. Não há motivo para ter medo. Talvez vejamos mais exemplos como o meu. Não apenas no futebol, mas também noutros mundos", concluiu.
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