É oficial: Pedro Proença é mesmo candidato à presidência da Federação Portuguesa de Futebol. As eleições estão marcadas para final de fevereiro.

O ex-árbitro internacional, de 54 anos, revelou a decisão durante a 13.ª edição da Cimeira de Presidentes da LPFP, que decorreu na recém-inaugurada sede do organismo, no Porto, com a presença de dirigentes de 33 das 34 sociedades desportivas da I e II Ligas, com a ausência apenas do Paços de Ferreira.

Pedro Proença, líder da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) e da Associação de Ligas Europeias, garantiu que não ficou “indiferente aos vários apelos” recebidos por todos os agentes do futebol português.

“Depois de ter auscultado várias entidades, informo que serei candidato à presidência da Federação Portuguesa de Futebol. Desta decisão já informei o presidente da UEFA, o vice-presidente da Ligas Europeias, o presidente da Federação Portuguesa de Futebol e os presidentes de todos os clubes do futebol profissional”, disse, numa declaração aos jornalistas sem direito a perguntas.

Fonte do agora candidato revelou à agência Lusa que o desafio que Pedro Proença se propôs recebeu o apoio da maioria clubes do futebol profissional, nomeadamente do Sporting, Benfica, FC Porto e Sporting de Braga.

“Não fique indiferente aos vários apelos que recebi de todos os agentes do futebol português para abraçar esse desafio. Recebi hoje o incentivo dos clubes de futebol profissional que entendem que este compromisso é a continuação daquele que assumi há dez anos”, disse o ainda presidente da LPFP.

Pedro Proença considerou “ter as competências necessárias para abraçar este projeto mobilizador do futebol português”, e prometeu construir “uma equipa que responderá aos desafios”.

O candidato afirmou que só depois da validação formal da candidatura apresentará as linhas programáticas do seu projeto para a FPF.

“Até lá, assumirei as minhas responsabilidades e continuarei focado nas minhas funções como presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional e das Ligas Europeias”, concluiu.

Em setembro, aquando de uma Assembleia Geral (AG) ordinária do organismo, os clubes já tinham desafiado o administrador judicial e gestor de empresas - que se notabilizou nos relvados como árbitro, de 1998 a 2015 - a avançar para a sucessão de Fernando Gomes.

Alvo de várias manifestações de apoio nas últimas semanas, incluindo dos 20 delegados dos clubes do futebol profissional com direito de voto, e da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF), o líder da LPFP, que também é, por inerência, vice-presidente da FPF, pronunciou-se na véspera da conclusão do prazo para a entrega de candidaturas.

Proença juntou-se nas eleições federativas ao advogado Nuno Lobo, cuja candidatura foi anunciada em outubro, quase um ano e meio depois de ter sido reconduzido sem oposição na LPFP até 2027, tornando-se o primeiro presidente do organismo designado para três mandatos seguidos e dando continuidade aos quadriénios iniciados em 2015 e 2019.

O gestor lisboeta passaria a acumular funções como dirigente máximo da Associação de Ligas Europeias em novembro de 2023, no último ponto alto de uma carreira em que foi condecorado como melhor árbitro do mundo de 2012 pela Federação Internacional de História e Estatística do Futebol (IFFHS) e melhor ‘juiz’ português do século pela FPF em 2015.

As eleições dos órgãos sociais federativos rumo ao quadriénio 2024-2028 estão marcadas para 14 de fevereiro de 2025, numa altura em que Fernando Gomes está em funções desde 17 de dezembro de 2011 e cumpre o terceiro e último mandato permitido por lei.

O escrutínio é constituído por 84 delegados, 29 dos quais por inerência, que incluem os 22 presidentes das associações regionais e distritais, assim como os líderes da LPFP e das estruturas representativas de treinadores, árbitros, futebolistas, dirigentes, enfermeiros e massagistas e médicos.

Além destes, a AG eleitoral da FPF tem mais 55 delegados: 20 representantes dos clubes das competições profissionais, oito das provas não profissionais, sete das distritais, cinco dos jogadores profissionais, cinco dos amadores, cinco dos técnicos e cinco dos árbitros.