O Presidente francês, Emmanuel Macron, lembrou hoje Diego Maradona, que morreu na quarta-feira, aos 60 anos, como “o maior futebolista de todos os tempos” que através da sua arte e genialidade “fez a revolução” nos campos de futebol.
“A mão de Deus colocou um génio do futebol na terra. Agora vem retirá-lo (…) num drible imprevisto que enganou todas as nossas defesas. Queria, com este gesto, encerrar o debate do século: Diego Maradona é o maior jogador de futebol de todos os tempos? As lágrimas de milhões de órfãos respondem hoje com uma evidência dolorosa”, escreveu Macron, num comunicado.
Para o chefe de Estado francês, Maradona era um “artista”, um “jogador sumptuoso e imprevisível", cujo futebol era motivo de "uma inspiração sempre renovada" e que "encarnava a magia do jogo”.
Recordando a carreira de “El Pibe” (como era conhecido o jogador argentino) nas equipas do Boca Juniors, Barcelona e do Nápoles, Emmanuel Macron lembrou igualmente a participação de Maradona, enquanto elemento da seleção argentina, no jogo dos quartos-de-final do Campeonato do Mundo em 22 de junho de 1986 na Cidade do México contra a equipa da Inglaterra, país então liderado pela primeira-ministra britânica, Margaret Thatcher, e envolvido num confronto (em 1982) com a Argentina por causa das ilhas Malvinas (Falklands, para os britânicos).
“Coube-lhe a tarefa de escrever a história de um país ferido pela ditadura e pela derrota militar. Essa ressurreição aconteceu em 1986, no jogo mais geopolítico da história do futebol”, prosseguiu o líder francês.
Ao levantar o troféu do Campeonato do Mundo nesse ano, segundo recordou Macron, Maradona permitiu que dessa vez a taça fosse “do povo, e não dos generais".
Já para Emmanuel Macron, a aproximação de Maradona a figuras como o líder histórico cubano Fidel Castro ou o antigo Presidente venezuelano Hugo Chavez teve um “gosto amargo de derrota”.
“Foi nos campos de futebol que Maradona fez a revolução”, frisou o Presidente francês, destacando o impacto que o jogador argentino teve em várias gerações e junto de todos aqueles que “amam o futebol”.
A declaração de Macron termina com uma frase curta em espanhol: "Diego se queda" (“Diego fica”).
Maradona, considerado um dos melhores futebolistas da história, morreu na quarta-feira, aos 60 anos, anunciou o agente e amigo Matías Morla.
Segundo a imprensa argentina, Maradona, que treinava os argentinos do Gimnasia de La Plata, sofreu uma paragem cardíaca na sua vivenda em Tigre, na província de Buenos Aires.
A sua carreira de futebolista, de 1976 a 1997, ficou marcada pela conquista, pela Argentina, do Mundial de 1986, no México, e os dois títulos italianos e a Taça UEFA vencidos ao serviço dos italianos do Nápoles.
O Presidente argentino, Alberto Fernández, decretou três dias de luto nacional pela morte de Maradona.
O corpo de Diego Maradona será sepultado hoje num cemitério dos arredores de Buenos Aires, onde estão sepultados os pais do antigo futebolista internacional argentino, disse um porta-voz da família.
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