Luciano Gonçalves sublinhou na segunda-feira que “as condições da arbitragem, no profissionalismo e também na base”, são o principal eixo da sua recandidatura à liderança da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF).

“Temos de melhorar as condições de arbitragem, não só no profissionalismo, mas também nas condições dos árbitros de base, que é onde temos mais de 95% dos árbitros”, salientou, em declarações à margem da apresentação da candidatura Construir - Unir - Avançar aos órgãos sociais da APAF para o quadriénio 2024-2028, que decorreu hoje num restaurante na Batalha, de onde é natural.

O atual líder do organismo salientou a importância da “profissionalização da atividade de árbitro”, defendendo que a medida “depende também do Governo”, mas repisou a questão relacionada com a arbitragem de base.

“Não podemos continuar a ter jovens árbitros que asseguram mais de 10 mil jogos por fim de semana e não têm condições de segurança, têm saturação de jogos, prémios de jogo baixos. Há uma carga fiscal que também não faz sentido”, sublinhou.

Eleito pela primeira vez em 2016, Luciano Gonçalves apresentou hoje a recandidatura ao terceiro mandato consecutivo à frente da APAF e aproveitou a ocasião para tecer alguns avanços relativamente à forma como a arbitragem é vista pelos diversos agentes desportivos.

“Cada vez mais os intervenientes, no seu geral, olham para a arbitragem, sejam eles treinadores, dirigentes, jogadores, de uma forma muito mais positiva. A arbitragem tem de estar aberta à crítica e tem de aceitar, com naturalidade, que se coloque em causa se errou ou não”, considerou, frisando, todavia, que o que tem “de se acabar de uma vez por todas são as questões relacionadas com a seriedade das equipas de arbitragem”.

“Se queremos melhorar todos nesta indústria do futebol, e não fazer mal à base, temos de condenar vez mais essas atitudes e ter mão pesada”, garantiu, apelando à responsabilização.

Instantes antes, Luciano Gonçalves tinha procedido à apresentação pública da candidatura à liderança da APAF, tendo focado a sua intervenção em alguns “pilares” essenciais, nomeadamente no reconhecimento da carreira de árbitro, na formação e inovação – com a construção de um centro de estágios como bandeira –, na comunicação e no marketing e na ação social e na responsabilidade social.

A lista que preside conta, entre outros, com Artur Soares Dias, no cargo de presidente do Conselho Consultivo, Luís Godinho, como presidente da Mesa de Assembleia Geral, Sílvia Domingos, árbitra internacional de futebol feminino e candidata a presidente do Conselho Deontológico, e Gustavo Barros, árbitro internacional de futebol de praia e de 1.ª Divisão de futsal e que integra a lista para presidir o Conselho Fiscal.

O ato eleitoral está previsto para 28 de março, sendo que, até à data, apenas foi anunciada a candidatura liderada pelo ex-árbitro da AF Leiria.