Esta segunda-feira, o secretário de Estado da Juventude e Desporto comentou o caso de Rui Pinto, o alegado hacker português que colaborava com o Football Leaks.
"Como a secretaria de Estado acompanha o caso? Acompanha na circunstância que é habitual quando estamos a falar de processos judiciais, que é não ter qualquer tipo de opinião. Não me compete, obviamente, nem a mim Secretário de Estado, nem à tutela, qualquer opinião", começou por dizer João Paulo Rebelo.
O secretário de Estado lembrou ainda que neste caso "aplica-se aquela velha máxima que vocês tantas vezes ouvem: 'À política o que é da política, à justiça o que é da justiça'. E portanto isso não tem que ver diretamente com o que são as minhas responsabilidades. É um caso da justiça e que tem de ser tratado na justiça".
Em prisão preventiva desde 22 de março, Rui Pinto, de 30 anos, foi detido na Hungria e entregue às autoridades portuguesas, com base num mandado de detenção europeu, estando indiciado pela prática de quatro crimes: acesso ilegítimo, violação de segredo, ofensa à pessoa coletiva e extorsão na forma tentada.
Na base do mandado estão acessos ilegais aos sistemas informáticos do Sporting e do fundo de investimento Doyen Sports e posterior divulgação de documentos confidenciais, como contratos de futebolistas do clube lisboeta e do então treinador Jorge Jesus, além de outros contratos celebrados entre a Doyen e vários clubes de futebol.
O colaborador do 'Football Leaks' terá entrado, em setembro de 2015, no sistema informático da Doyen Sports, com sede em Malta, e é também suspeito de aceder ao endereço de correio eletrónico de membros do Conselho de Administração e do departamento jurídico do Sporting e, consequentemente, ao sistema informático da SAD 'leonina'.
No período em que esteve detido na Hungria, Rui Pinto assumiu ser uma das fontes do 'Football Leaks', plataforma digital que tem denunciado casos de corrupção e fraude fiscal no universo do futebol, no âmbito dos quais estava a colaborar com autoridades de outros países, nomeadamente, França e Bélgica.
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