O Sporting de Braga é o segundo clube de futebol em Portugal na formação, só atrás do Benfica, defendeu hoje Hugo Vieira, diretor executivo dessa área do clube minhoto.
"Com toda a honestidade, e porque conheço todas as realidades a nível nacional e algumas internacionais, por aquilo que o Sporting de Braga tem feito, o que temos à disposição em termos de infraestruturas e de recursos humanos, o Sporting de Braga é, neste momento, o segundo clube em Portugal [na formação]", afirmou o dirigente em videoconferência com a comunicação social.
Para Hugo Vieira, os bracarenses estão à frente de Sporting e FC Porto e só perdem para as 'águias'.
"O Benfica lidera neste momento a formação. Vivemos com objetividade e, neste momento, é o clube com melhores condições em Portugal", afirmou.
Segundo dados de Hugo Vieira, o Sporting de Braga tem 15 equipas de competição e 230 atletas, mais as escolinhas em vários polos, que movimentam mais cerca de 800 crianças.
Entre funcionários, colaboradores, técnicos, médicos e fisioterapeutas, a cidade desportiva, casa da formação 'arsenalista', alberga 116 pessoas.
O antigo jogador (defesa-central que passou por Braga, italianos da Sampdoria, Sporting, Vitória de Setúbal e Beira-Mar) afirmou que a aposta na formação pelo clube liderado por António Salvador é cada vez maior e "por convicção, não por necessidade".
A intenção passa por ter uma base alargada de jogadores de qualidade e contratados cada vez mais cedo.
"Temos investido fortemente no 'scouting' para termos a tal base maior e mais forte, mas a nossa estratégia é só a pensar em nós. Há quem pense em contratar o máximo de miúdos possível para secarem o que está à volta, mas nós optamos por contratar só os que precisamos", disse.
Hugo Vieira destacou a crescente chamada de atletas dos vários escalões às seleções nacionais respetivas e revelou que os próximos talentos a "dar cartas" na equipa principal, como Pedro Neto (hoje no Wolverhampton) ou Trincão (FC Barcelona na próxima época), constam de "um documento interno".
O diretor executivo da formação disse ainda ser "um orgulho imenso para toda a estrutura ver os 'Trincões' da vida singrarem e seguirem o seu caminho: os campeonatos serão bem-vindos, mas essas são as nossas grandes vitórias", disse numa alusão à transferência de Trincão, em janeiro, por 31 milhões de euros, para o colosso catalão.
A formação alimentar a equipa principal "é claramente um objetivo do clube" e o seu treinador "deve estar dentro desse pensamento", frisou.
"Porque podemos fazer um ótimo trabalho desde os petizes até à equipa B, mas depois, se as portas não estiverem abertas, não faria sentido algum, mas isso não tem acontecido", disse.
Hugo Vieira disse ainda concordar com a decisão da Federação Portuguesa de Futebol em terminar todos os campeonatos dos escalões mais jovens.
"A nossa vontade é que isso não tivesse acontecido, mas foi a decisão mais sensata e tivemos que acatar. Tudo vamos fazer para que [os jogadores] percam o menos possível e, sem nunca pôr em causa a saúde de ninguém, estaremos preparados para podermos reatar os treinos", disse.
Considerou ainda que o confinamento provocado pela covid-19 "vai trazer um novo futebol", considerando que outros clubes passarão a apostar mais na formação, e lamentou a situação vivida em Itália por causa da pandemia, país onde jogou durante três temporadas (1997-2000), na Sampdoria.
"É uma situação que me preocupa. As pessoas transmitem-me que estão a viver um cenário de guerra. Tenho um amigo em Bergamo, um dos sítios mais fustigados, e ele só me diz que espera que nós não passemos o que eles estão a passar", disse.
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