O recorde de golos de Cristiano Ronaldo ou a pobreza exibicional da Seleção Nacional de Futebol podem ser os temas do dia mas ainda há muito mercado para analisar. Apesar da pandemia de COVID-19, que afetou os clubes a nível financeiro, foi um mercado muito agitado, principalmente no último dia, como sempre.

Alguns clubes conseguiram o que queriam, outros, nem por isso, pelo que houve vencedores e derrotados neste mercado de transferências de verão.

Em Portugal, o FC Porto não conseguiu vender Corona e Sérgio Oliveira como desejava, num ano em que perdeu Marega, a custo zero. Diogo Leite foi emprestado ao SC Braga, Romário Baró ao Estoril.

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Nas entradas, chegaram o extremo Pepê, o lateral esquerdo Wendel, o médio Bruno Costa, o central Fábio Cardoso e o médio Marko Grujic, por empréstimo do Liverpool.

O campeão Sporting viu partir o lateral Nuno Mendes para o PSG mas garantiu o seu substituto: Rúben Vinagre, que chegou proveniente do Wolverhampton.

Do Famalicão veio Manuel Ugarte para reforçar o meio-campo, Ricardo Esgaio regressou para lutar com Pedro Porro na lateral direita. Os Leôes também receberam o internacional espanhol Pablo Sarabia, por empréstimo, junto do PSG, ficando assim com mais soluções em todas as posições.

O Benfica só não conseguiu o defesa central que Jorge Jesus desejava. O emblema da Luz contratou o avançado ucraniano Yaremchuk ao Gent por 17 milhões de euros, recebeu, por empréstimo, o lateral direito Valentin Lázaro e o extremo Radonjic, e ainda João Mário, ex-Sporting que chegou a custo zero. O internacional portguês reforçou o meio-campo, para onde chegou Meité, proveniente do Torino.

Todos os que não contavam para Jesus, saíram: Pedrinho rendeu 18 milhões de euros, Luca Waldschmidt foi vendido por 12 ME ao Wolfsburgo, Nuno Tavares por 8 ME ao Arsenal. Saiu ainda Cervi (4M ao Celta). Carlos Vinícius (PSV), Caio Lucas (Sharjah FC, dos Emirados Árabes Unidos), Krovinovic (Hajduk Split), Chiquinho (Braga), Florentino (Getafe), Tomás Tavares (Basileia), Jota (Celtic) foram emprestados.

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Vencedores

Paris Saint-Germain

O grande vencedor do mercado foi, sem dúvidas, o Paris Saint-Germain. O emblema de Paris conseguiu, a custo zero, Lionel Messi, Sérgio Ramos, Donnarumma e Wijnaldum, e ainda contratou Hakimi e Nuno Mendes. Destes, sem dúvida que Messi foi a grande transferência do defeso. O craque argentino chegou a Paris a custo zero, após 21 anos no Barcelona, para jogar com o seu amigo Neymar, numa equipa que é favorita a vencer tudo o que disputa.

O PSG operou um verdadeiro 'assalto' à Espanha, ao 'roubar' os capitães de Real Madrid e Barcelona. Sérgio Ramos chegou com Messi e vem dar mais experiência a uma equipa que persegue a conquista da Liga dos Campeões desde que Nasser Al-Khelaifi chegou a presidência do clube. Na baliza, Donnarumma é um grande adição e é uma questão de dias até ser titular.

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Hakimi chegou por 60 M do Inter Milão para ser dono e senhor da lateral direita. Do outro lado, o clube garantiu Nuno Mendes junto do Sporting, por empréstimo e opção de compra de 40 milhões de euros. O lateral português de 19 anos é uma aposta para já, mas também já a pensar no futuro. O grupo à disposição de Mauricio Pochettino permite ao técnico argentino jogar em vários esquemas táticos. O plantel tem boas opções para todas as posições.

Além dos craques todos, o PSG conseguiu resistir a todas as ofertas do Real Madrid por Mbappé. Os merengues chegaram a acenar com 180 milhões mas os franceses nem quiseram ouvir. Nem que tenham de perder o jogador para os espanhóis daqui a um ano, de borla. Dinheiro não é problema para os lados de Paris.

Chelsea

Em Inglaterra ninguém esteve mais assertivo no mercado que o Chelsea. Os campeões europeus reforçaram o plantel com jogadores-chave e vão à procura do título inglês, após o Europeu. Os Blues fizeram regressar Romelu Lukaku, a troco de 115 milhões de euros, ganhando assim um avançado que pode ser muito útil na equipa de Thomas Tuchel, após um ano desastroso de Timo Werner no capítulo da finalização.

No último dia do mercado de verão, o Chelsea reforçou-se com o médio Saul Ñiguez, por empréstimo do Atlético Madrid, com cláusula obrigatória de 40 ME no final da época.

O clube também deu cartas nas vendas. Colocou Tammy Abraham na AS Roma por 40 milhões de euros, recebeu 35 ME do West Ham por Kourt Zouma, vendeu Tomori ao AC Milan por 29,2 M e Marc Guehi ao Crystal Palace por 23 ME. Os londrinos venderam ainda Zappacosta, Victor Moses, voltaram a emprestar Bakayoko ao AC Milan, para onde saiu, a custo zero, Olivier Giroud.

Manchester United

O Manchester United acabou por ser um dos vencedores deste mercado, mais pelo impacto da contratação de Cristiano Ronaldo. O craque português pediu para sair da Juventus e regessou à uma casa onde foi muito feliz, antes de fazer história no Real Madrid. Os Red Devils garantem assim um avançado mortífero na área, capaz de colocar qualquer defesa em sentido, mas resta saber como irão jogar. A ideia de jogo de Ole-Gunnar Solskjaer não é clara, numa equipa que aposta mais no talento individual.

Além de Cristiano Ronaldo, o United pagou 85 milhões de euros para ter Jadon Sancho, ficando assim com mais um desequilibrador no um-contra-um nos flancos. Varane chegou por 45 milhões de euros para reforçar a defesa, deixando assim Solksjaer com mais soluções para atacar a época. Além disso, garantiu o regresso do português Diogo Dalot para dar luta a Wan-Bissaka na lateral direita.

Derrotados

Barcelona

A forte pressão da La Liga devido ao fair-play financeiro, aliada a uma gestão danosa dos tempos de Bartomeu, levou o Barcelona a tomar medidas drásticas que o colocam num dos principais derrotados do mercado de transferências. Os catalãs estão a atravessar uma grave crise económica e ficaram sem condições de manter Messi, mesmo que o craque argentino tivesse ficado a receber... zero euros.

O clube até nem esteve mal nas contratações, apostando em jogadores a custo zero: chegaram Eric Garcia, Sergio Aguero e Memphis Depay. No derradeiro dia do mercado, em desespero, o Barcelona garantiu o ponta de lança holandês Luuk de Jong junto do Sevilha, onde nem era opção para Lopetegui.

O Barcelona pagou 14 milhões de euros por Emerson Royal ao Bétis mas acabou por vende-lo por 30 ME ao Tottenham. No último dia do mercado, reforçou o rival Atlético Madrid com o empréstimo de Antoine Griezmann aos colchoneros (tal como fez no ano passado com a venda de Luis Suárez, crucial no título do Atlético em 2020/21).

Além disso, o clube não conseguiu arranjar colocação para Pjanic e Umtiti, de modo a aliviar a folha salarial.

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A pressão económica levou o clube a receber, por empréstimo, Luuk de Jong e a ceder Griezmann. Financeiramente fica a ganhar, desportivamente é um desastre. O Barcelona conseguiu ainda vender Junior Firpo ao Leeds por 15 ME e Todibo ao Nice por 8,5 ME.

Em pouco tempo, o Barcelona passa de um ataque com Messi, Suárez e Neymar, para ter Braithwaite, Depay e Luuk de Jong. Pode até dar para lutar pela La Liga mas é irreal pensar em ataque a Champions com o plantel atual.

Real Madrid

Nesta lista de derrotados também está o Real Madrid. Os merengues não conseguiram nenhuma 'truta' neste mercado, apesar de terem garantido David Alaba (ex-Bayern Munique) a custo zero. No último dia, a direção liderada por Florentino Pérez conseguiu o médio promissor Eduardo Camavinga, junto do Rennes.

As muitas ofertas (a última, de 180 milhões de euros) por Mbappé foram todas rejeitadas pelo PSG. Haaland, do Borussia Dortmund, também não chegou.

O clube ainda conseguiu vender Raphael Varane a Manchester United por 40 ME, Martin Odegaard ao Arsenal por 35 ME e viu partir do seu capitão, Sergio Ramos, a custo zero, para o PSG, rival na Champions.

Manchester City

Guardiola vai atacar a época com os que tem e não com os que queria ter. O técnico do City desesperava por um 'matador', apostou as 'fichas' todas em Harry Kane, mas o avançado inglês ficou no Tottenham. Os Spurs rejeitaram todas as propostas do City pelo seu capitão e os campeões ingleses ficaram de mãos a abanar.

Com a saída de Aguero, os Citizens tinham como prioridade contratar um avançado de alto nível mas acabaram sem ninguém e com opções curtas na frente. A chegada de Jack Grealish por 117,5 milhões de euros veio dar mais opções na criação, onde a equipa já era forte, mas na frente há menos soluções.

Guardiola terá de atacar todas as provas com Sterling, Gabriel Jesus e Ferrán Torres, jogadores que também costumam atuar nas alas. É muito curto para uma equipa que produz muito e concretiza pouco. O grande objetivo no mercado falhou e agora Guardilola terá de arranjar soluções dentro do grupo.

Juventus

Após terminar a anterior Liga Italiana num nada honroso 4.º lugar, a Juventus perdeu Cristiano Ronaldo, o homem dos golos nos últimos três anos (101 golos em três temporadas). O clube de Turim não contratou nenhum jogador sonante.

Chegaram Manuel Locatelli, por empréstimo do Sassuolo, recebeu (regresso) Moise Kean, por empréstimo do Everton, e os jovens Kayo Jorge e Ihattaren. Maximilano Allegri, de regresso à Juventus, terá de atacar a Serie A e a Champions com quem sobrou.

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