Envolvido na mudança ‘bombástica’ do promissor lateral Nuno Mendes para o Paris Saint-Germain, o reputado extremo internacional espanhol foi emprestado pelos franceses ​​​​​​​por uma temporada, sem opção de compra, tendo sido inscrito à última hora pelos ‘leões’.

O negócio não trará custos, pois os salários continuarão a ser suportados na íntegra pelo PSG, numa oportunidade de mercado que veio complementar nova abordagem cirúrgica do Sporting, iniciada com os regressos dos alas Ricardo Esgaio (ex-Sporting de Braga), por 5,5 milhões de euros (ME), e Rúben Vinagre (ex-Wolverhampton), emprestado.

João Virgínia (ex-Everton) foi emprestado para render Luís Maximiano na baliza e o uruguaio Manuel Ugarte (ex-Famalicão, 6,5 ME) compensou a perda de João Mário no meio-campo do conjunto de Rúben Amorim, prestes a regressar à Liga dos Campeões.

O Sporting acionou também a cláusula de compra do canhoto Matheus Reis (ex-Rio Ave) e recrutou o ainda juvenil Gonçalo Esteves ao rival FC Porto, que captou em Alvalade Rodrigo Fernandes nas derradeiras horas, investindo o dobro dos 12 ME dos lisboetas.

Mercado de transferências: as aquisições dos três grandes

O brasileiro Wendell (ex-Bayer Leverkusen, por quatro ME) ‘aterrou’ já depois do início da I Liga, satisfazendo um tema prioritário para Sérgio Conceição, desagradado com a intermitência dos ‘dragões’ no lado esquerdo da defesa desde a saída de Alex Telles.

De novo emprestado, mas desta vez com opção de compra, o sérvio Marko Grujic (ex-Liverpool) regressou ao meio-campo, tal como Vítor Ferreira, que foi devolvido de modo inesperado pelo Wolverhampton, ao abdicar da cláusula de opção de compra, fixada em 20 ME, em contraste com os 16 ME pagos pelo Paris Saint-Germain por Danilo Pereira.

Essa verba ajudaria o FC Porto a sair da alçada do ‘fair play’ financeiro, numa janela com 15 ME gastos no extremo brasileiro Pepê (ex-Grêmio), 2,2 ME no defesa Fábio Cardoso (ex-Santa Clara) e 2,5 ME pela recompra do médio Bruno Costa (ex-Portimonense).

Ao invés dos ‘dragões’, os rivais de Lisboa lucraram em negociações e protagonizaram uma ‘novela’ em torno do centrocampista João Mário, campeão nacional pelo Sporting, que regressou em julho ao Inter Milão e, tendo em conta uma proposta dos ‘leões’ considerada baixa pelos italianos, rescindiu contrato e rumou ao Benfica a custo zero.

As ‘águias’ começaram o verão com agitação diretiva, tendo Rui Costa rendido Luís Filipe Vieira na presidência, mas fizeram por garantir na semana passada uma folga financeira de, pelo menos, 37,2 ME, em virtude do acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões.

O avançado ucraniano Roman Yaremchuk (ex-Gent) valeu 17 dos 24,5 ME investidos, longe do recorde de 105 ME registado em 2020/21, estando à frente do médio franco-marfinense Soualiho Meité (ex-Torino, seis ME) e do ala Gil Dias (ex-Mónaco, 1,5 ME).

Na reta final foi anunciado o ala direito austríaco Valentino Lazaro (ex-Inter Milão), cedido com opção de compra, à imagem do extremo sérvio Nemanja Radonjic (ex-Marselha), sendo que o brasileiro Rodrigo Pinho (ex-Marítimo) reforçou o ataque a custo zero.

Da Luz saiu o médio Chiquinho, emprestado ao Sporting de Braga, que acolheu dessa forma o defesa portista Diogo Leite, após o avançado espanhol Mario González (ex-Villarreal) e o médio brasileiro Lucas Mineiro (ex-Chapecoense) terem custado 1,5 ME.

Mercado de transferências: as saídas dos três grandes

Igual quantia valeu a assinatura definitiva de Iuri Medeiros (ex-Nuremberga), com Paulo Oliveira (ex-Eibar) a entrar sem custos, Fabiano (ex-Académica) e Fábio Martins (ex-Al Shabab) a regressarem e o empréstimo do brasileiro Yan Couto (ex-Manchester City) a abrir espaço à cedência de Tiago Esgaio, proveniente do Belenenses SAD, ao Arouca.

Ainda afetada pelos efeitos da pandemia de covid-19, que baixou a liquidez disponível e reviu contratos em baixa, a I Liga foi oitava em despesas (76,35 ME) e 10.ª em receitas (117,56 ME) a nível mundial, valendo de julho a agosto ​​​​​​​um saldo positivo de 41,21 ME.

O Famalicão foi o clube mais ativo, ao superar a quinzena de reforços - num lote em que chegou a constar o defesa internacional luso Bruno Alves, desvinculado ao fim de três semanas -, seguido de perto por Portimonense, Gil Vicente, Marítimo e Estoril Praia.

Se os ‘canarinhos’ se movimentaram como ninguém na terça-feira, ao revelarem quatro ‘caras novas’, servindo-se, como noutros emblemas, de ‘excedentários’ dos ‘grandes’, o Boavista conviveu mais de metade da janela de transferências com um impedimento de inscrição de atletas, mostrando-se menos expansivo relativamente ao verão de 2020.

Da mesma forma agiu o Vitória de Guimarães, circunscrito apenas às entradas de Alfa Semedo (ex-Benfica, 1,5 ME), Toni Borevkovic (ex-Rio Ave, 1,2 ME) e Tiago Silva (ex-Olympiacos, a custo zero), bem como ao empréstimo de João Ferreira (ex-Benfica).

De regresso à elite estão nomes como Juan Delgado e Denílson (Paços de Ferreira), Ricardo Fernandes (Santa Clara), Artur Jorge e Pablo Santos (Moreirense), Giannelli Imbula e Shoya Nakajima (Portimonense), Miguel Silva, Vítor Costa ou Xadas (Marítimo), David Bruno, Racine Coly ou António Xavier (Estoril Praia) e Claudemir (Vizela).