A boa governança no desporto, integridade financeira e a proteção dos menores foram os temas debatidos no segundo fórum do 'Sport Integrity Global Alliance' (SIGA), liderado pelo português Emanuel Medeiros, que decorreu em Lisboa.
Num evento que contou com a presença, entre outros, de Shellie Pfohl, CEO da Safe Sport USA, Michael Robichaud, vice-presidene da Global Sponsorship MasterCard, Marques Mendes, membro do Conselho de Estado, e João Paulo Rebelo, Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, o eixo central da temática manteve-se em torno da integridade desportiva e social.
"Trouxemos para esta primeira linha do debate os principais patrocinadores, agências de média e operadores televisivos. Há uma tomada de consciência cada vez mais forte que estes agentes não são meros espetadores. Investem o seu dinheiro e, por conseguinte, investem a sua reputação", afirmou Emanuel Medeiros no encerramento do encontro.
Em declarações à agência Lusa, o coordenador do SIGA, lembrou que as organizações internacionais, as grandes marcas e a sociedade civil não são indiferentes aos problemas que têm afetado o desporto.
"Foram discutidos aqui os temas mais urgentes da indústria do desporto. As questões relacionadas com a boa governança do desporto, colocadas no topo da prioridade; as questões relacionadas com a integridade financeira, que têm a ver com a forma que as transações financeiras ocorrem e com o défice de supervisão; as questões relacionadas com a integridade das apostas e as questões relacionadas com a proteção dos menores, não omitindo os problemas e desafios que existem nesse setor, muitos deles branqueados", disse.
Segundo Emanuel Medeiros há já diversas ações em prática e que estão a ser implementadas no E-Sports, na Federação Internacional de Artes Marciais e o Special Olympics.
"Não estamos à espera que as organizações desportivas internacionais ajam. As reformas que advogamos são concretas, estão escritas e são palpáveis. Temos já seis grandes organizações que estão a avançar com estes standards. No fórum de hoje discutimos as questões até ao osso. Trabalhamos com o desporto, em prol do desporto e para o desporto", retorquiu.
Marques Mendes, primeiro orador na sessão de encerramento tomou como linha principal o exemplo que é dado pelos atletas de alta competição à sociedade, dando especial enfoque à questão da evasão fiscal.
Fazendo a ponte com outras áreas da sociedade, Marques Mendes questionou a passividade pública perante os comportamentos pouco éticos no desporto em contraponto com, por exemplo, políticos, empresários e banqueiros.
"Quando se trata do desporto, a sociedade não age nem reage. O que falta é algo que não custa dinheiro, é a cultura do exemplo", defendeu.
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