Menos de 24 horas depois de ter marcado presença na Assembleia Geral Extraordinária do FC Porto, que acabou por ser suspensa e adiada devido a agressões entre sócios, André Villas-Boas esteve na manhã desta terça-feira na Web Summit, em Lisboa, e voltou a falar sobre os acontecimentos da véspera.
"Estou ainda invadido pelas emoções, vou tentar responder com a seriedade associada ao FC Porto. O que se passou ontem foi absolutamente lamentável e uma derrota interna para os órgãos sociais do FC Porto, que assistiram impávidos e serenos a agressões e intimidações múltiplas de uma guarda pretoriana aos associados do FC Porto", apontou, à margem do painel 'AI v. The Eye Test', da WebSummit, no qual participou
"Peço sinceramente às autoridades, ao Ministério Público, ao Ministério da Administração Interna, ao IPDJ, ao Secretário de Estado do Desporto, que peçam com urgência as câmaras de vigilância do Estádio do Dragão, do Dragão Arena, e procedam a uma investigação das agressões e dos atos bárbaros que se passaram ontem à noite", continuou.
"Desde credenciais passadas que não deviam ser passadas, não sócios do FC Porto, houve uma total desorganização logística...Os associados ontem uniram-se em massa porque querem expressar os seus sentimentos, e foi-lhes impedido esse direito, de se expressarem livremente e em segurança", terminou.
Candidatura é uma "formalidade"
O treinador admitiu ainda que o apoio sentido por sócios e adeptos do FC Porto praticamente o obrigam a candidatar-se à presidência do clube, fazendo depender essa “formalidade” da garantia de qualidade de programa e equipa.
“Não posso ficar indiferente ao apoio que sinto. Provavelmente, apresentar uma candidatura é quase uma formalidade. Eu apenas quero dar passos seguros, fortes, criteriosos e transparentes, suportados em equipas de rigor, de alto nível e alta credibilidade, porque é o que o FC Porto merece”, disse.
Apesar de se perfilar como possível candidato, Villas-Boas não esclareceu se o fará no ato eleitoral previsto para 2024: “Quando tiver todas as equipas montadas, um programa eleitoral digno do que merece uma instituição como o FC Porto, apresentar-me-ei com a minha lista e a minha candidatura”, explicou.
“Não é tempo de anúncio ou não de candidatura. Falo-vos enquanto associado do FC Porto, confrontado com o que vi ontem, com o sentimento de vergonha pelo clube. Sem discutir potenciais candidaturas ou não. O que se passou ontem foi uma derrota para o FC Porto”, vincou.
*artigo atualizado às 12h52
Comentários