Vicente Moreno juntou-se aos muitos espanhóis que se deslocaram até às localidades da Comunidade Valenciana afetadas pela depressão DANA. O técnico de 50 anos conduziu o seu Osasuna a vitória diante do Rayo Valladolid por 1-0 no sábado no El Sardar para La Liga e no domingo, estava a ajudar na limpeza das ruas em Massanassa, sua terra natal.
Nas imagens difundidas nas redes sociais, pode-se ver o técnico equipado com botas de água e luvas, a ajudar a limpar a lama que se acumulou numa garagem.
Na conferência de imprensa de antevisão do jogo com o Osasuna, Vicente Moreno, que é natural de Massanassa, não aguentou as lágrimas ao abordar a tragédia que se abateu sobre Valência.
"Depois falamos de futebol mas neste momento só queria... não sei se consigo. Queria mandar sobretudo ânimo, solidariedade, a todas as pessoas que foram afetadas por este desastre. Todas as pessoas que perderam ente queridos e vocês [jornalistas] vão permitir-me que tenha especialmente umas palavras para a minha terra, todos os valencianos e as pessoas que vivem aí. É muito duro, especialmente para eles, mas também para nós que estamos longe e temos ali, familiares, amigos, filhos, têm de perceber que é muito duro não poder estar ali com eles. Quero enviar-lhes uma mensagem de força porque são pessoas trabalhadoras e, apesar de estar a ser difícil neste momento, vão conseguir dar a volta por cima", disse o técnico, visivelmente emocionado.
O número de mortes em Espanha devido às inundações subiu para 214, continuando dezenas de pessoas desaparecidas, segundo o mais recente balanço das autoridades espanholas.
Várias regiões de Espanha, entre as quais a Comunidade Valenciana, no leste do país, estão desde terça-feira sob a influência de uma “depressão isolada em níveis altos”, um fenómeno meteorológico conhecido como DANA em espanhol e como DINA em português.
O fenómeno causou chuvas torrenciais e ocorrências em diversos pontos de Espanha, sobretudo na costa do Mediterrâneo, provocando prejuízos avultados.
Além das vítimas mortais, o temporal causou danos em infraestruturas de abastecimento, comunicações e transportes. Nas zonas afetadas estão mais de 7.000 militares e 10.000 elementos da Polícia Nacional e da Guarda Civil.
Trata-se de uma das catástrofes naturais mais graves dos últimos 75 anos em Espanha, ultrapassando as inundações de Biescas (Huesca) em 1996, com 87 mortos, e as inundações de Turia em 1957, em que morreram entre 80 e 100 pessoas.
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