O juiz responsável pelo caso ' Operação Pretoriano' decidiu que não precisava de recolher testemunhos de Pinto da Costa e das restantes testemunhas. O magistrado optou por analisar o vídeo anexado ao processo do ex-líder os Super Dragões, avança o 'Correio da Manhã'.

As próximas audições vão começar a 5 de novembro, já com Fernando Madureira e Sandra Madureira. No dia seguinte, vai dar-se a continuidade da fase de inquirições, com outros três arguidos a serem ouvidos.

Depois da fase de inquirição, o processo avança a fase em que as provas e as declarações das partes envolvidas serão discutidas.

Fernando Madureira, ex-líder da claque Super Dragões pediram para ser ouvidos no arranque da fase de instrução da Operação Pretoriano, mas no Tribunal optaram pelo silêncio.

O caso 'Operação Pretoriano', tem entre os nove arguidos Sandra Madureira, mulher de Fernando Madureira, que também recusou falar.

O início desta fase facultativa, que visa decidir por um juiz de instrução criminal se o processo segue e em que moldes para julgamento, requerida por alguns arguidos, começou no dia 28 de outubro no Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Porto, depois de dois adiamentos devido a greve dos oficiais de justiça.

A fase instrutória, que decorre à porta fechada, arrancou com os interrogatórios de Fernando Madureira, que está em prisão preventiva há nove meses, e de Sandra Madureira, sua mulher e antiga vice-presidente dos Super Dragões, um dos grupos organizados de adeptos afetos ao FC Porto.

Seguem-se as audiências com alguns dos outros arguidos, entre os quais Carlos Nunes, mais conhecido por ‘Jamaica’, José Pedro Pereira e Fernando Saul, ex-funcionário do clube ‘azul e branco’.

Em causa está a designada Operação Pretoriano, cuja acusação do Ministério Público (MP) denuncia uma eventual tentativa de os Super Dragões “criarem um clima de intimidação e medo” numa Assembleia Geral (AG) do FC Porto, em 13 de novembro de 2023, na qual houve vários incidentes e agressões, para que fosse aprovada uma revisão estatutária “do interesse da direção” do clube, então liderado por Pinto da Costa.

Fernando Madureira é o único arguido em prisão preventiva, enquanto os restantes oito foram sendo libertados em diferentes fases, incluindo Sandra Madureira, Fernando Saul, Vítor Catão ou Hugo Carneiro, apelidado de ‘Polaco’ e igualmente com ligações à claque.

Em causa estão 19 crimes de coação e ameaça agravada, sete de ofensa à integridade física no âmbito de espetáculo desportivo, um de instigação pública a um crime, outro de arremesso de objetos ou produtos líquidos e ainda três de atentado à liberdade de informação.

Hugo Carneiro também está acusado de detenção de arma proibida, sendo que o MP requer penas acessórias de interdição de acesso a recintos desportivos entre um e cinco anos.

O FC Porto e a SAD gestora do futebol profissional ‘azul e branco’ constituíram-se assistentes da Operação Pretoriano, que foi desencadeada em 31 de janeiro, no âmbito da investigação aos desacatos observados na AG extraordinária do clube, tendo resultado na detenção de 12 pessoas.