O Governo está a acompanhar os desenvolvimentos do caso Villa Athletic Club, clube de futebol recém-criado que está em dificuldades financeiras e em incumprimento salarial com os jogadores, disse hoje o secretário de Estado do Desporto.
"Relativamente ao Villa Athletic Club, sabemos que há um incumprimento da parte da direção do clube em relação aos seus jogadores. Infelizmente, não é caso inédito e, infelizmente, durante as épocas, vamos vendo casos como o Villa Athletic Club, de incumprimento de acordos salariais entre direções dos clubes e os seus atletas e colaboradores", afirmou João Paulo Correia, em conferência de imprensa, no final do Conselho de Ministros.
Fundado no dia 14 de junho de 2022, com sede em Ponte de Sor, o Villa Athletic Club foi inscrito nas competições da Associação de Futebol de Portalegre (AFP), mas faltou ao jogo da primeira jornada da Taça Remax da AFP e, na segunda ronda, no domingo, em Elvas, apresentou-se com 12 jogadores, sem equipa técnica e com equipamento emprestado pelo Grupo Desportivo Samora Correia.
O presidente do Villa, Fábio Lopes, disse, na quarta-feira, que a criação deste clube, que compete nos distritais de Portalegre, não teve como objetivo ser um negócio, mas que "o negócio do futebol" o destruiu, depois de já ter admitido que o emblema atravessa "dias muito difíceis", por dificuldades financeiras, e que procura "soluções de viabilização" do projeto.
"Nunca foi um negócio. Mas foi o negócio do futebol que o destruiu", lançou na quarta-feira Fábio Lopes, conhecido radialista, através da rede social Instagram, sublinhando que "o sonho virou pesadelo".
Hoje, o secretário de Estado assegurou que "o Governo está a acompanhar através, também, da posição que as autoridades desportivas têm tomado publicamente, como ainda ontem [quarta-feira] a Associação de Futebol de Portalegre", acrescentando que "a própria Câmara Municipal de Ponte de Sor anunciou também a rescisão do acordo de cedência de instalações".
O presidente da Associação de Futebol de Portalegre (AFP), Daniel Pina, disse, na quarta-feira, que o Villa reunia as condições legais para disputar as provas em que continua inserido, não sendo possível àquele organismo rejeitar a sua inscrição.
O responsável vincou que a AFP “não se pronuncia” sobre questões internas dos clubes seus filiados e, em particular, sobre os problemas de organização no Villa Athletic Club, deixando no entanto uma “palavra de conforto e solidariedade” aos jogadores.
Por seu turno, a Câmara Municipal de Ponte de Sor anunciou na terça-feira, através de comunicado, que revogou a cedência das instalações do seu Estádio Municipal e recinto multiusos ao Villa Athletic Club, para os jogos de futebol da época 2022/2023.
No mesmo dia, o Sindicato dos Jogadores de futebol criticou a situação do Villa Athletic, que terá deixado os jogadores em situação precária.
De acordo com informação vinda a público, o projeto, criado por Fábio Lopes, juntamente com pessoas ligadas à música, levou à contratação, entre outros, de alguns nomes bem conhecidos do futebol, como o ex-jogador Meyong, para treinador da equipa, e os veteranos Edinho e André Carvalhas.
João Paulo Correia deixou hoje um apelo para que "todos os agentes desportivos se empenhem ainda mais naquilo que deve ser o combate a este tipo de situações, para que elas deixem de ocorrer no desporto nacional e, concretamente, no futebol".
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