Desde o início de época que fazemos o diagnóstico do mal que a equipa de futebol do Sporting padece e tínhamos dado alguns conselhos que não foram aproveitados. Neste momento, o futebol leonino está doente e com muito mau aspeto. O jogo do Sporting está infetado por um vírus "anti-futebol" que já dura há mais de cinco meses. E as recaídas são cada vez mais fortes. O Sporting precisa urgentemente de um médico especialista e oxalá que Vercauteren encontre o antídoto.
O Sporting está a estimular as equipas “pequenas”. Ainda hoje, Pedro Emanuel disse que «amanhã vão dizer que o Sporting é que esteve mal». É evidente que o estado geral do futebol do Sporting é péssimo. Apesar de ter bons jogadores, não consegue construir uma equipa. Foi assim com o Rio Ave, com o Estoril, com o Moreirense e agora com a Académica. O que é caricato é a Académica ter mais cantos a favor que o Sporting (4-7) e ter rematado quase três vezes mais do que os leões (6-17). A Académica teve mérito em ser mais acutilante que o seu “poderoso” adversário e demérito por não concretizar essas ações atacantes. Porém, hoje qualquer equipa bate o pé a este leão “moribundo”.
Vamos tentar explicar o que jogadores leoninos necessitam para formarem uma grande equipa. E é quase tudo. Precisam do suporte base: condição física. Os jogadores raramente fazem sprints e quando os fazem sofrem roturas, (Boulahrouz e Arias). Não imprimem velocidade e jogam num ritmo muito lento. Em suma: estão mal preparados fisicamente.
A parte técnica precisa também de ser trabalhada a rigor. Como é possível que em 14 cruzamentos, 13 sejam intercetados? Que os três médios em noventa passes tivessem errado quase metade: 42? Talvez por isso os remates foram poucos... e precisam de ser intencionais para serem eficazes.
A tática é uma lástima. Não existe organização nem planos de jogo. A defender, o Sporting consentiu que a Académica estivesse duas vezes em superioridade numérica (4-3) e outras duas em igualdade (3-3). Isto é inadmissível. O trio do meio-campo é composto por jogadores lentos. Lerdos sem ideias para inventarem passes de rutura. Não impõem dinâmica ofensiva, jogam transversalmente de um para os outros sem progressão e falta ao setor imaginação criativa para impor uma rápida dinâmica ofensiva.
As movimentações dos avançados são inócuas por parte de Pranjic. Por muito que se esforce, a bola não chega em condições a Wolfswinkel, à exceção do excelente passe de Izmailov, o qual desperdiçou ao rematar precipitadamente. Neste jogo o avançado holandês só tocou 10 vezes na bola. Viola toca bem, mas só tem cordas para meio tempo. Se o Sporting conseguir melhorar estes aspetos malignos, o futebol leonino terá uma rápida recuperação.
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