Hoje o F.C. Porto defronta o Málaga nos oitavos de final da Liga dos Campeões.
Vi através da televisão, o jogo Málaga - A. de Bilbau. Mesmo sabendo que não há jogos iguais, e que nas competições europeias, tudo pode ser diferente, pois os jogadores e as equipas na maioria das vezes transfiguram-se, dada a importância desportiva e monetária.
Talvez por isso não admira que quer o Porto em Aveiro, quer o Málaga frente ao A. de Bilbau, atuassem num ritmo moderado para poupar energias. Atualmente, as equipas, e os jogadores são estudados à ínfima pelos adversários, e obviamente que o Porto está elucidado da forma que o Málaga atua.
Apesar do resultado final de um jogo de futebol ser uma incógnita, pelo que observei, um Porto Vintage, em condições normais seguirá com todo o mérito para os quartos-de final da Liga dos Campeões. O Málaga é o quarto na Liga espanhola, mas se jogar como o fez contra os bascos é um adversário mais que acessível para os Dragões.
A equipa é uma mescla de juventude e de maturidade. Pellegrini é apologista de um 4X4X2, mas muito diferente do clássico, quer a defender quer a atacar. Este modelo tem virtudes porque surpreende as habituais marcações dos opositores. No futebol quando se apresenta algo fora do curricular cria alguma confusão. Este sistema visa surpreender, mas também apresenta debilidades das quais o Porto pode e vai beneficiar.
O ponto forte dos andaluzes é a liberdade de ação, que a irreverência criativa dos jovens que compõe o quarteto intermédio pode realizar. De realçar que estes quatro miúdos têm em média 20 anos. Piazon, Isco, Camacho e Portilho são já excelentes jogadores, e cuidado porque é perigoso dar-lhes espaço pois integram-se rapidamente, e com relativa facilidade nos lances de ataque.
O Porto terá de estar atento porque este quarteto posiciona-se de uma forma diferente. Estes quatro jogadores formam um quadrado no corredor central, dois mais adiantados e dois mais atrasados. Pelo que vi, o perigo está nestes “putos”, e na experiência dos arietes, os quais também se posicionam quase sempre na zona central. De resto? Lances de bola parada não existem. Só os livres de Antunes podem incomodar.
O Porto pode beneficiar, e explorar várias lacunas deste Málaga. Os espanhóis não pressionam, o que favorece e valoriza ainda mais a habitual e excelente posse de bola dos Dragões. Os médios raramente se desviaram para os corredores laterais, e ao não acompanharem Danilo e Alex Sandro nos lances ofensivos, o Porto lucrará, da constante integração destes jogadores nos lances de ataque.
O quarteto defensivo do Málaga, posiciona-se sempre à entrada da grande área, aguardando os possíveis passes de rotura, quer em profundidade quer em tabelas, no intuito de colocar os adversários em fora de jogo. Aqui está um maná para ser bem aproveitado pela velocidade de Varela e de Jackson ou de outros. Este posicionamento vai proporcionar golos ao Porto.
Por outro lado, o Málaga não pressiona, é macio, faz poucas faltas (só Antunes), o meio campo não defende, o posicionamento da defesa nos centros é um desastre. O A. de Bilbau não aproveitou cinco oportunidades flagrantes.
O guarda-redes é um “Caballero”. Não sai aos cruzamentos, o que pode ser aproveitado pela impulsão de Mangala, de Jakson e de Otamendi. Contudo, “entre os dos postes”, é felino, e com três reflexas defesas, evitou que a sua baliza fosse violada.
Cada jogo é um jogo, todos são diferentes embora tenham com pano de fundo todos os ingredientes do futebol. Esta antevisão é baseada na apreciação do encontro de Málaga. A estratégia dos espanhóis para hoje, até pode ser muito diferente. Mas ou muito me engano ou o que preconizo repetir-se-á? E, desta forma, o Porto vai descansado para os “quartos”.
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