É agora ou nunca, João Félix. João Félix foi um dos nomes que mais agitou este mercado de verão, ao ser associado a diversos clubes: Barcelona, Aston Villa, até o Benfica. Contra todas as expectativas, no entanto, acabou por voltar ao Chelsea. Um destino surpreendente, não só porque o avançado já tinha passado, então emprestado pelo Atlético de Madrid, por Stamford Bridge, e, ainda por cima, sem grande sucesso, mas também porque se transferiu para um clube no qual reinam a desorganização e a incerteza quanto ao futuro – ou não estivéssemos perante um Chelsea que, a menos de duas semanas do fecho do mercado, conta com uns impressionantes 43 jogadores no plantel da sua equipa principal. Desde que é liderado por Todd Boehly, o Chelsea tem vivido tempos conturbados.
Seja dentro das quatro linhas, onde tem andado afastado do sucesso desportivo, como ao nível do mercado de transferências. Os blues têm investido como nunca e contratado imensos jogadores, sobretudo jovens, vendendo as suas referências ao desbarato. Basta constatar que, da equipa que venceu a Liga dos Campeões em 2021, há apenas três anos, portanto, já não sobra quase ninguém. Alguns desses campeões europeus mudaram-se inclusive para clubes rivais na luta por títulos em Inglaterra.
Félix, no meu ponto de vista, precisava de um contexto mais favorável, com outra estabilidade, para mostrar o talento que tem. O que se verifica atualmente no Chelsea, porém, é um cenário que está longe, muito longe, de ser o ideal para um futebolista que, depois de sucessivos falhanços nas últimas equipas que representou, ainda procura a afirmação internacional. Mais do que isso, assinou por seis épocas, o que significa que, se as coisas correrem mal, voltará a estar na mesma situação em que esteve em Espanha durante os últimos anos: desesperado para sair e amarrado a um contrato de longa duração. Daí que me custe entender esta mudança para o Chelsea, que tem todo o ar de ser a transferência possível, numa altura em que o fecho do mercado se aproxima a passos largos e a permanência no Atlético estava fora de questão, e não propriamente a desejada.
Não querendo agoirar, a verdade é que este regresso a Londres tem tudo para dar errado. Oxalá me engane, pois, aos 24 anos (celebra o 25.º aniversário em novembro), Félix ainda pode ter bastantes temporadas ao mais alto nível pela frente, mas necessita de se afirmar rapidamente num clube fora de Portugal para fugir ao rótulo de eterna promessa. É por isso que acredito que, neste verão, Félix tinha de dar um passo na direção certa: estava completamente proibido de falhar na escolha do seu novo clube. Será que o fez ao ir para o Chelsea? Ainda é cedo para se tirar essa conclusão. Mas, por agora, não estou convencido com a decisão que tomou para o seu futuro. É agora ou nunca, João Félix.
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