A linha que separa o futebol jogado do futebol falado está cheia de nós, os quais, os múltiplos faladores de futebol tentam com os seus pontos de vista desatar o fio à meada, mas poucos o conseguem. Porém, o discurso dos responsáveis e intérpretes das equipas deveria ser diferente. Mais confiante, menos valorizador dos adversários, mais positivo, menos circunstancial, mais técnico e mais esclarecedor na abordagem, no antes e no depois dos jogos, para elucidar os porquês do futebol jogado.
Jorge Jesus após a vitória sobre o Anderlecht disse que, «esta prova é equilibrada. Isto é a Champions». Em parte é verdade, o equilíbrio em metade dos jogos foi patente, mas os restantes acabaram com goleadas. Aliás, os nossos representantes iniciaram a prova defrontando as equipas teoricamente mais fracas dos grupos. As equipas que perderem pontos com as equipas menos fortes dos grupos, hipotecam a passagem à fase seguinte.
Paulo Fonseca focou a importância histórica que liga os Dragões ao estádio Ernst Happel. «O simbolismo do FC Porto ter vencido a Liga dos Campeões, neste estádio, pode ser um estímulo para a equipa. Os jogadores devem compreender a história que o Porto escreveu neste relvado», afirmou o técnico portista e pelos vistos os jogadores não entenderam pois realizaram o pior jogo deste início de época.
O campeão nacional perante o Áustria de Viena, o qual vai a meio da tabela no seu campeonato, e que perdeu a final da Taça da Áustria com um clube da terceira divisão, só podia e devia realizar uma exibição ao nível da distância qualitativa das equipas, e exigia-se que dominasse totalmente o jogo de uma forma avassaladora.
Valorizar opositores sem categoria não é psicologicamente favorável. É uma antevisão receosa de um percalço que pode acontecer, mas que não deveria suceder perante a qualidade do FC Porto. Pois, se a equipa possui melhores jogadores, se tem mais qualidade, terá de ser nitidamente superior. Não precisa ser pragmática. Precisa sim é de accionar em campo a estratégia, os planos de jogo, a confiança e a capacidade volitiva, para manter fracos e golear os adversários!
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