No dia de ontem, meus caros amigos, leitores , simpatizantes ou 'haters' fez-se história na Taça da Liga. Pela primeira vez, o Estoril apurou-se para a final, levando de vencida a equipa do Benfica. Também é a primeira vez na história que numa crónica futebolista a palavra 'bater' é escrita. Sintam-se parte do momento, saboreiem o ar à vossa volta, até porque não sabemos quando pode ser o último.
Desafiando todas as probabilidades e 'odds' das casas de apostas (ontem deve ter sido um belo dia para elas) o Estoril levou o Benfica para as grandes penalidades e venceu, assim mesmo na última para dar 'suspense' até ao final.
No jogo jogado, o Estoril entrou bem, tal como um bom 'croupier' do Casino Estoril, os jogadores de Vasco Seabra iam baralhando a defesa encarnada até que Guitane inaugurou o marcador.
O Benfica caiu em cima do Estoril e o que se seguiu até ao final do jogo é um hino ao desperdício. Imagino aquelas organizações humanitárias a gritarem aos jogadores do Benfica: "Então, chefe? O mundo está como está, quase à beira do colapso e vocês feitos meninos ricos a desperdiçar desta maneira? Não pode ser! Comigo, meia bola dá para dois golos!"
Vieram as grandes penalidades e depois de duas bolas falhadas para cada lado (Marcos Leonardo e João Marques) eis que Tomás Araújo falha e Bernardo foi Vital para o apuramento estorilista.
Não sei bem o que iria na cabeça de Roger Schmidt para colocar Tomás Araújo a marcar a grande penalidade decisiva. Acredito que na preparação do jogo o adjunto deste lhe tenha perguntado quem marcava as grandes penalidades e o alemão tenha dito para o escolher, até porque o jogo ficaria decidido na primeira parte. Terá sido isso ou então pegou nos nomes dos jogadores, mandou ao ar e os que caíram em cima da mesa foram os escolhidos.
A verdade é que no reino animal a águia facilmente comeria o canarinho, mas no futebol tudo é possível e tivemos um 'remake' de "Tom and Jerry", mas neste caso com uma águia no lugar de um gato.
No estádio houve momentos de pânico, não por alguém se ter magoado, ou terem existido cenas de pancadaria, mas porque houve uma pessoa na tribuna que viu a sua vida andar para trás uns bons quilómetros. Pedro Proença, presidente da Liga deve estar neste momento a pensar em como vai vender a Taça da Liga aos árabes com um SC Braga-Estoril na final. Como vai vender um jogo com 15 tipos de amarelo na bancada, tipo coletes amarelos de França em protesto, e 300 tipos de vermelho do outro, com o risco de alguns levarem a camisola do Benfica. Não vai ser fácil.
Leiria ficará para sempre conhecida como a terra da depressão: em dois dias milhares de pessoas saíram com problemas emocionais daquele estádio.
Sábado joga-se o campeão de Inverno, entre SC Braga e o Estoril e que bonito vai ser ver os três grandes no sofá a verem os outros festejar.
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