Que grande jogo de futebol se viu ontem no Mónaco, onde o Benfica arrecadou três preciosos pontos na luta por um lugar nos "playoffs" da Liga dos Campeões. Nem sempre os grandes jogos são os que têm um futebol bonito mas sim os que têm emoção e incerteza ao longo dos 90 minutos, e ontem, houve disso e muito mais.

A equipa portuguesa esteve por duas vezes em desvantagem no marcador e acabou por dar a volta mesmo no final da partida, num jogo cheio de peripécias e emoções.

O Benfica entrou em campo um bocado apático, possivelmente por estar a jogar na bela cidade do Mónaco. O mítico estádio Luís II carregado de história da modalidade, viu as suas bancadas encherem-se de portugueses. Tudo muito bonito mas deve ter sido o jogo onde os criaturas que exploram os bares menos receita na sua história tiveram. Português que é português bebe fora do estádio que lá dentro é um roubo. Imagino quanto deve custar uma cervejinha no Mónaco, deve ser coisa para levar um quarto do ordenado. A meio da primeira parte viu-se pela televisão muito fumo e pensei logo para mim que os nossos emigrantes não resistiriam a fazer um magusto bem regado.

O resultado da apatia encarnada foi o golo monegasco. Ben Seghir aproveitou e bem o espaço dado pelos encarnados e abriu o ativo.

O golo do Mónaco serviu como balde de água fria e o Benfica acordou como eu acordo com o despertador, rápido e direto. Criou imensas oportunidades, uma dela uma espécie de pré "Black Friday", em que o jogador monegasco isola Di Maria e este falha na cara do guarda redes.
Nessa altura do jogo, eram tantas as bolas perdidas de parte a parte, que a pobre bola, já se estava sentir abandonada como o bom senso da atriz Maria Vieira ou tão indesejada como a presença de Seabra, ontem, na comitiva encarnada.

Neste período do jogo o melhor jogador encarnado era "Obrenovic". Não conhecem? Eu ajudo, era o único em campo de apito na boca. É verdade, os árbitros estrangeiros, que nas provas europeias tanto prejudicam os clubes portugueses, ontem deram o ar da sua graça a favor de um. O árbitro eslovaco, perdoou por duas vezes o segundo amarelo a Florentino, perdoou um vermelho direto e um segundo amarelo a Carreras.
Não perdoou foi o segundo amarelo a Singo, na segunda parte, já depois do Benfica ter feito o empate por Pavlidis, com mais uma oferta pré "Black Friday" dos franceses. Ficava o o Benfica em vantagem numérica.

Quando todos pensavam que o Benfica, com um elemento a mais iria cair em cima dos franceses como uma brigada de trânsito em cima dos condutores nesta época do ano, eis que o Mónaco se liberta e faz o segundo golo.

Foi mais um balde de água fria, mas pelo que dizem a água fria faz bem aos músculos, principalmente dos mais velhos e é então que surge um dos últimos dinossauros do futebol mundial, Di Maria. Diz-se em Hollywood , que no próximo "Jurassic Park", no lugar do Tiranossauro vilão, irá estar o Di Maria. O craque argentino com duas assistências, primeiro para Cabral e depois para Amdouni dá a volta a um jogo que estava muito complicado.

O Benfica sai com os três pontos, dinheiro no bolso (o que é raro no Mónaco) e uma roda no final muito à Sérgio Conceição, onde Lage, no meio de uma série de palavrões, afirma que a época vai correr bem.

Estamos em Novembro, até lá muita água irá passar por baixo da ponte e nem sempre a água fria dá emoções quentes como as de ontem.

Hoje temos Liga Europa e o futuro de Vítor Bruno em jogo, está melhor que uma novela da TVI!

Viva o futebol ⚽