Pedro Caixinha antes do jogo disse que vai enfrentar o Porto “olhos nos olhos”, e quer uma União sem receio. Tal como ele. Porque se tivesse receio colocaria a equipa a jogar como no ano passado, com três centrais. Se o disse, melhor o fez, pressionou os campeões, foi para a frente, obrigou os dragões a cederem vários cantos.
Mas com esse adiantamento sujeitou-se a sofrer golos em dois lances de contra ataque do Porto num dos quais Hulk isolou-se desde o meio campo e esteve prestes a marcar. Inexplicavelmente os avanços dos laterais eram contínuos e simultâneos. E como não há duas sem três, após mais um desmedido avanço coletivo, culminado por um remate de Shaffer, no contra-pé surgiu o golo do “Delfim”, James.
A partir do golo o Porto em oito minutos criou mais três oportunidades e aproveitou o erro do médio que quis driblar dois jogadores, mas foi Curto e perdeu a bola para Belluschi, o qual serviu Kleber que teve tempo para dominar e marcar. Até ao final da primeira parte, o Porto ainda podia ter marcado, por Álvaro Pereira que tentou um chapéu, e depois James isolado atirou ao lado.
No início da 2ª metade a União voltou com a mesma filosofia atacante, porfiou e no seguimento de um canto marcou num remate de ressaca, que embateu em Maicon, e enganou Helton. Inesperadamente acontece o apagão, Hulk é substituído por Varela, que cinco minutos depois do reinício do jogo serve James, que mais uma vez sem oposição marca um excelente golo. O 3º.
Dez minutos passados, após uma jogada iniciada pelo melhor em campo, James. O qual, além de marcar, faz jogar a equipa é esclarecido, lúcido na ligação e leitura do jogo. Exemplo o passe inteligente em que isolou A. Pereira para servir Kleber que facilmente bisou. Ainda aconteceram mais dois golos, um para cada equipa. O da União mais uma vez de bola parada, por Diego Gaúcho e o do Porto iniciado pelo jovem Defour que ofereceu o golo a Varela.
O Porto ainda não está tão forte como na época passada, (trapalhão e nervoso a defender até aos 27 minutos e ao consentir no 2º golo), mas para lá caminha? Contudo, perante as características físico-técnicas dos seus jogadores, onde a velocidade e a qualidade de execução estão presentes. Nenhuma equipa pode enfrentar os campeões, quando estes possuem a bola, sem uma boa organização defensiva. Se tal acontecer é um autêntico haraquiri.
Foi o que sucedeu à União de Leiria: a defender foi uma desgraça. Sem tirar mérito aos excelentes golos de James, pergunto: por onde andava Ivo Pinto? Os outros três golos foram elaborados em jogadas coletivas, mas onde estavam os centrais quando Kleber por duas vezes e Varela empurraram a bola para a baliza? Os médios não defendem. A compensação ao adiantamento dos laterais não existiu. Só ter uma boa organização atacante, não é suficiente.
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