Na Luz, os gregos empataram e até pareciam uma equipa de nível, dado que defrontavam na altura um ainda indefinido Benfica. Já tínhamos escrito que o futebol das águias estava a evoluir, e ontem vimos o melhor Benfica desta época. Temos dito que as exibições também dependem dos opositores e realmente o Olympiacos mostrou ser inferior ao não ter capacidade de resposta para este renovado Benfica.
Este jogo teve várias situações que demonstraram que o futebol é uma contradição intermitente e que nem sempre ganha a melhor equipa. Apesar da excelente exibição, o Benfica perdeu e está agora sujeito a não continuar na Liga dos Campeões.
Mas se continuar a praticar o futebol que exibiu em Atenas, é sinal que Jesus encontrou, e ganhou, uma equipa. Jesus tem defeitos, mas também virtudes como qualquer ser humano. Pode não ser tão forte nalgumas componentes, mas é um "expert" em termos de estratégia e de táctica. Contudo, esta época as experiências tardavam em concretizar-se.
Ontem, Jesus surpreendeu ao alterar o modelo de jogo do Benfica, o qual proporcionou uma melhor distribuição dos jogadores no campo e tornando a equipa mais uniforme no binómio defesa-ataque. Também foram positivas as mudanças no onze inicial, pois os jogadores que mais se destacaram foram precisamente: Marcovic no seu habitat, a fazer dupla com Cardozo, Sílvio que vem de uma lesão e veio para ficar e Ruben Amorim, o melhor estratega em campo.
O resultado deste jogo deve-se à imprevisibilidade do futebol, mas também a vários erros. Observando a contínua superioridade do Benfica, todos os espectadores ficaram estupefactos com o desfecho. E admiram-se como é que com pelo menos seis flagrantes oportunidades, não se concretize nenhuma.
Estas situações de golo devem ser psicologicamente trabalhadas de forma a tornar a precipitação em serenidade, o nervosismo em calma e o remate espontâneo em calculado. O exemplo explica-se com o frente a frente entre os avançados do Benfica e o excepcional Roberto de ontem. Sendo o golo a harmonia, a motivação que galvaniza e transmite confiança para a obtenção da vitória.
Também o erro da colocação e do posicionamento dos jogadores nos cantos originou o golo dos gregos que decidiu o resultado. Se é notório que todas as equipas, e os seus defensores, abordam a bola incorrectamente e por isso ficam em desvantagem, então os treinadores devem pensar em criar um antídoto para gerar um equilíbrio ente defensores e atacantes. Pensem!
As grandes equipas distinguem-se das restantes pela sua uniforme e produtiva regularidade. Esperamos que este Benfica continue a apresentar um futebol à dimensão do jogo de ontem, o qual está ao nível do passado recente, em que deslumbrava os seus adeptos e não só. Se tal suceder, e como o Sporting tem vindo a ser a equipa mais regular, teremos no Sábado um clássico de encher o olho.
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