Inácio diz, com toda a razão, que comparada com os outros dois grandes que têm orçamentos de milhões, a equipa leonina é de tostões. O que salienta o bom desempenho dos responsáveis.
«Quando há competência, paixão e entrega de todos, pode abreviar-se etapas e pode caminhar-se no sentido positivo».
Simultaneamente Inácio realçou que face à época anterior, era imprevisível que inesperadamente o Sporting alcançasse os lugares cimeiros.
Contudo, a liderança leonina pode vir a alterar os propósitos inicialmente propostos pelos responsáveis, que pensam que é possível chegar ao título, ainda esta época. Digo pode porque por vezes as notícias que vêm a público, não passam de suposições, que, se assi for, não têm fundamento.
Li que «as prioridades de Bruno de Carvalho e Leonardo Jardim passam pela chegada de um central e de um médio de perfil ofensivo. Só com esses reforços é que a estrutura leonina admite mudar o discurso e assumir a candidatura ao título».
Mas o gastar tostões e superar equipas que gastam milhões não é inédito no futebol português. Temos o exemplo do Braga que em épocas anteriores intrometeu-se entre os três maiores ao conquistar um segundo lugar e um terceiro. Também o Paços de Ferreira é o mais recente exemplo. Claro que todo o êxito e o sucesso, passa naturalmente pela competência dos responsáveis.
A acertada aposta na qualidade dos jovens da Academia, desde logo garantiu que o Sporting ficaria num dos três primeiros lugares do campeonato. Penso que o Sporting precisa de olhar mais para dentro, porque a Academia tem mais joias a lapidar, do que para fora.
No último jogo o Sporting apresentou inicialmente cinco jogadores da formação, mas poderia inicia-lo com oito que a produtividade não se notaria. Se não existe em Alcochete um médio criativo, é urgente contrata-lo, mas não com a ideia de vir para ajudar a conquistar o título, mas só com o objetivo de melhorar a equipa.
Esta ascensão classificativa vai ser rotativa entre os três primeiros lugares e o Sporting no final estará num deles. É agradável liderar, contudo ao reforçar a equipa, com expectativas para conquistar o título, surgem responsabilidades que podem ser perturbadoras e inalcançáveis. A euforia é má conselheira da realidade. O Sporting deve manter o objetivo inicial, e quem sabe se, sem nada o prever poderá vir a ser campeão?
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