Os nossos representantes nas Ligas europeias vão de mal a pior. Se nos cinco jogos da terceira jornada só alcançamos dois empates, na quarta ronda só conseguimos um. Esta situação coloca-nos no décimo quarto lugar do coeficiente do ranking dos países. Pior do que isto só em 1998/99 quando acabamos no vigésimo posto.
Este ranking é fidedigno, não é como o das seleções em que até os jogos particulares entram nas contas. Talvez por isso estejamos em quinto lugar. Este é o quadro negro que espelha a realidade atual do futebol português. Não dá para acreditar, mas, na verdade, estamos atrás da Roménia, da Rússia, da R. Checa, da Ucrânia, da Áustria, da Bélgica e da Turquia.
Os números não enganam. Mas os grupos até eram acessíveis, à excepção do Vitória de Guimarães. O que é pouco plausível é que uma equipa como o Paços de Ferreira que disputou o Play-Off da Liga dos Campeões termine em último lugar na Liga Europa e num grupo em que logicamente deveria ser pelo menos segundo.
Também o Estoril que é a equipa revelação do nosso futebol não conseguiu superar os opositores e a sua continuidade na prova está periclitante. Este grupo para além do Sevilha era acessível. Contudo, ontem ao desperdiçar inúmeras ocasiões para marcar e amealhar três pontos, tornou mais complicada a presença nos oitavos de final.
Ao Vitória de Guimarães calhou-lhe o grupo mais equilibrado. Porém, ontem num jogo decisivo não teve capacidade para suplantar o Bétis. Mesmo assim é a equipa que mais hipótese tem de continuar em frente. Aliás foi a única a vencer, nesta fase de grupos da Liga Europa.
Analisada a prestação dos “parentes pobres” da Liga Europa. Observemos o percurso dos dois grandes, os quais fazem parte da elite milionária da Liga dos Campeões. Após as duas primeiras jornadas, constatou-se que dada a superioridade do Atlético de Madrid e do Paris San Germain, o F.C. do Porto e o Benfica disputariam o segundo lugar nos respectivos grupos.
A confirmação da passagem aos oitavos de final decidia-se no confronto directo, na terceira e quarta jornada com os outros candidatos ao segundo lugar. Olimpiakos e Zenit. Contrariamente ao esperado em seis pontos possíveis, cada um os nossos representantes somou um mísero ponto. Agora para seguirem em frente sujeitam-se aos resultados de terceiros.
Assim vai o nosso futebol. Em vinte jogos disputados na fase de grupos das Ligas europeias. Conseguimos somente três vitórias, seis empates e onze derrotas. Somos de facto um país periférico com poucos recursos e tal como o governo, aos nossos clubes faltam-lhe ideias e por isso também continuam dependentes de terceiros.
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