Dos grandes palcos da Fórmula 1 para os sinuosos troços de terra do Rali de Portugal, o piloto português Nuno Pinto vai apresentar-se na prova com um objetivo solidário, através de uma recolha de fundos para uma instituição.
O conselheiro e treinador de desempenho do piloto canadiano Lance Stroll, que alinha na equipa de Fórmula 1 Aston Martin, aproveitou uma pausa na sua atividade profissional para “um fim de semana de diversão” e para “recuperar a paixão pelos ralis”.
“Será uma participação esporádica para me divertir, tentar dar algum espetáculo e promover a nossa causa solidária. Há muito tempo que queria fazer isto, mas, infelizmente, o Rali de Portugal vinha a coincidir com provas de F1, que, sendo o meu trabalho, é a prioridade”, explicou à agência Lusa o piloto.
Neste Rali de Portugal, Nuno Pinto estará ao volante de um Citroen C3 Rally2 e irá decorar o carro com as cores da sua iniciativa, que apelidou de ‘Projeto 64’ e com os nomes de quem já participou na angariação.
“Como sabia que não ia ter patrocinadores para publicitar no carro decidimos usar esse espaço para chamar a atenção para uma causa que ajudasse quem precisa. Criámos uma página [na internet] de angariação de fundos e vamos doar toda a verba a uma instituição”, explicou.
A entidade beneficiada ainda não está escolhida, porque Nuno Pinto quer recolher sugestões dos participantes para essa decisão, e deu um incentivo extra a quem quiser fazer um donativo.
"Vamos sortear um par de luvas autografadas por Fernando Alonso e Lance Stroll e um boné da equipa da Aston Martin assinado pelos dois pilotos de F1. Além disso, iremos por o nome de quem já fez o donativo no carro”, partilhou.
Já 400 pessoas participaram na iniciativa e, segundo o piloto português, já foram angariados cerca de cinco mil euros, com os contributos de alguns dos seus amigos da Fórmula 1.
“O Lance [Stroll] e o [Fernando] Alonso, tal como alguns engenheiros da equipa, sabem que vou participar e até já me pediram os ‘links’ para verem na internet, mas não quero que gozem com os meus tempos”, acrescentou, sorridente, Nuno Pinto.
O técnico, de 45 anos, que na sua juventude já participou no campeonato nacional de ralis e teve duas prestações no Rali de Portugal, em 2003, em Trás-os-Montes, e 2005, no Algarve, partilhou alguns dos conselhos do seu pupilo Lance Stroll.
“Disse-me para arriscar e andar depressa. Desta vez é ele a ‘apertar’ comigo em vez de ouvir o que lhe digo. Mas temos de acumular quilómetros com o carro. O objetivo é ir com calma e chegar ao fim”, partilhou.
Nuno Pinto, que trabalha como gestor de equipas e pilotos desde 2003, acompanhou todo o percurso ascendente de Lance Stroll até ao atual momento na Fórmula 1, e antevê “um grande futuro” para o piloto canadiano.
“Tem todo o talento para um dia chegar a campeão do mundo. Tem apenas 24 anos e já fez ‘pole positions’ e pódios, sem estar na Ferrari, Mercedes ou Redbull”, analisou.
O português destaca o crescimento do ‘seu’ piloto ao correr com o experiente espanhol Fernando Alonso como companheiro de equipa e antecipa que “nos próximos cinco anos a Aston Martin pode estar na luta pelo título”.
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