Lewis Hamilton terminou mais uma temporada de Fórmula 1, pela Mercedes, sem alcançar uma vitória. Embora a equipa de Brackley tenha terminado em terceiro lugar no mundial de construtores, esta foi uma época cheia de altos e baixos, que levaram o piloto sete vezes campeão do mundo a duvidar de si mesmo, admitiu Hamilton em entrevista à 'BBC Sport'.

"Quando temos épocas difíceis como esta, há sempre momentos em que pensamos: 'sou eu, ou é o carro? Ainda tenho capacidades suficientes?'", revelou.

"Porque está a falhar, tu sabes... quando a magia acontece, quanto tudo está certo, entre ti e o carro, existe uma faísca, é extraordinário. E é isso que tu procuras", admitiu Hamilton.

Embora esta tenha sido a segunda temporada seguida em que o piloto número 44 não alcançou uma vitória na prova rainha do desporto motorizado, Hamilton disse que assim que conduziu o carro pela primeira vez esta época que sabia que este seria o desfecho.

"Eu lembro-me de sentir exatamente o mesmo [em relação à época anterior] e não era um bom sentimento. Eu tinha grandes expectativas", recordou.

Logo após o primeiro Grande Prémio da época, em Bahrain, o britânico pediu à equipa que fizesse alterações no Mercedes W14, mesmo tendo terminado em quinto lugar na prova.

"Eu tenho a certeza que houve frustrações [na equipa], porque eu pedi certas mudanças e não foram feitas", começou por dizer, revelando ainda as longas conversas com a equipa. "Ninguém sabia qual era o problema nem como resolvê-lo".

Em relação ao carro da próxima época, Hamilton demonstrou-se mais confiante: "Temos finalmente uma estrela guia. Algo que não tínhamos nos últimos dois anos. Mas ainda estamos a chegar lá não é um caminho reto".

As oscilações de performance ao longo da época de 2023 levaram ao afastamento do diretor técnico da Mercedes, Mike Elliot. "É importante que as pessoas saibam que não tive nada a ver com a saída do Mike. Conheço-o desde que estava na McLaren. Tinha uma ótima relação com ele. Estava sempre admirado com ele, é muito inteligente e estava a aprender muito com ele. Quando lhe perguntava algo do carro, não havia nada que ele não tivesse uma resposta", admitiu.

Aos 38 anos, Hamilton renovou contrato com a Mercedes por dois anos, o que o faria continuar na Fórmula 1 até aos 40 anos. "Se eu ganho uma corrida é: 'Oh, ele é um piloto sete vezes campeão do mundo, ele tem 103 vitórias'. Se eu não me der bem, são críticas... A partir deste momento da minha vida só tenho algo a perder. Sim, houve um período que eu me questionava se queria continuar a passar por isto".

"Ainda amo conduzir. Ainda adoro entrar no carro. Quando eles ligam o carro e tens todas aquelas pessoas à tua volta e vais até ao 'pit lane', ainda tenho o mesmo sorriso que tinha no primeiro dia que conduzi", concluiu.