O recém-eleito presidente da Federação Portuguesa de Voleibol (FPV), Vicente Araújo, disse hoje que, com a ajuda de todos, a crise provocada pela covid-19 vai ser ultrapassada e a modalidade vai sair mais forte.
Vicente Araújo, que regressou à presidência da FPV após um interregno de quatro anos, ditado pelo limite de mandatos, falava na sessão de tomada de posse, no Porto, que decorreu praticamente à porta fechada devido aos condicionalismos sanitários.
Em “tempos de crise”, Vicente Araújo admitiu que o mandato para o quadriénio 2020/2024 “será exigente”, mas acredita que será possível “criar bases para que o voleibol continue a crescer” e que “permita construir um futuro melhor”.
“Esta crise não tem precedentes e é bem pior da de 2008, que teve reflexos económicos até 2012, pois também é desportiva. Com a crise económica, nós podíamos trabalhar para a ultrapassar. Hoje, não. Temos uma crise que nos impede de trabalhar”, disse.
O dirigente admitiu que a crise tem reflexos aos mais variados níveis na modalidade, como a perda de patrocínios, pela falta de competição, e a própria ausência de provas, com toda a carga negativa que tal comporta, e defendeu o rápido regresso dos jovens ao desporto.
Vicente Araújo prometeu “rigor" e “boa governança diretiva e administrativa eficaz”, para “fazer reviver o voleibol” e adiantou que já ficaria satisfeito se a modalidade recuperasse, até ao final do ano, o nível evidenciado quando foi suspensa.
O dirigente foi eleito em assembleia-geral do organismo, em 06 de junho, com cerca de 90 por cento dos votos (88,37%), numas eleições em que foi candidato único e em que votaram todos os 43 delegados, uns presencialmente e outros por correspondência.
É um regresso de Vicente Araújo ao cargo, depois de ter sido presidente da federação entre 1996 e 2016, ano em que passou a vice-presidente executivo, e Álvaro Lopes, que regressa agora a vice-presidente da direção, foi eleito presidente.
Vicente Henrique Gonçalves de Araújo, professor de educação física, de 68 anos, foi eleito pela primeira vez para a presidência da FPV em 1996, cargo que desempenhou, sem interrupções, até 2016, altura em que foi afastado pelo limite de mandatos.
Além de presidente da FPV, Vicente Araújo também desempenhou cargos, ou ainda desempenha, em outros organismos, como o Comité Olímpico de Portugal (COP) e, a nível mundial, na Federação Internacional de Voleibol (FIVB).
Vicente Araújo é supervisor da Liga Mundial desde 1994, presidente da Western European Volleyball Zonal Association (WEVZA), fez parte do Comité de Controlo dos Jogos Olímpicos de 1996 a 2016 e desempenha atualmente o cargo de delegado técnico do voleibol de praia da FIVB.
O dirigente foi ainda responsável pela organização do Congresso Mundial de Voleibol da FIVB, no Porto, em 2004, assim como de várias provas de qualificação para os Campeonatos do Mundo e da Europa, bem como de etapas do Circuito Mundial de voleibol de praia.
Autor e coautor de publicações técnicas sobre o voleibol, Vicente Araújo foi, entre outros, distinguido com a Medalha de Mérito Desportivo e com o Troféu Confederação do Desporto de Portugal e é Sócio de Mérito e Sócio Honorário da Associação de Voleibol do Porto (AVP).
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