O voleibolista Miguel Maia completa hoje 50 anos, 33 dos quais a competir ao mais alto nível, o que faz do distribuidor caso raro de longevidade a nível mundial, e a sua “paixão pela modalidade” mantém afastada a ‘reforma’.

“Sinto uma profunda satisfação porque continuo a fazer o que gosto. É uma paixão que vem desde os seis anos e nasceu numa cidade que respira voleibol [Espinho], com dois clubes que são baluartes da modalidade”, disse em entrevista à agência Lusa.

Encerrado no domingo o segundo ciclo no Sporting, não da forma desejada porque os ‘leões’ perderam a final da Taça Federação para o Esmoriz (3-2), Miguel Maia pretende continuar a jogar enquanto “a vontade e o físico assim o permitirem”.

O regresso à Académica de Espinho, onde começou a dar os primeiros toques em 1977 e conquistou os primeiros títulos, da segunda divisão em 1987/88 e da primeira em 1989/90 (únicos do clube), “é uma possibilidade”, mas “nada está ainda decidido”.

“Comecei na Académica de Espinho e a minha família esteve sempre ligada ao clube [com o pai Luís na direção]. O meu filho [Guilherme] joga lá, não sei se vai continuar ou não, mas nada está fechado ou concretizado. Certo é que não vou continuar no Sporting”, disse.

Não traça metas para terminar a carreira, até porque não é dos que defende que “o atleta deve sair no seu auge”, e entende que “enquanto sentir prazer” vai continuar a competir, com a certeza de que quando deixar de o fazer vai continuar ligado à modalidade.

“É uma paixão que tenho e que continuo a viver a 100%. Fico muito contente por ainda ter saúde e alegria para poder estar inserido em grupos, equipas e projetos, e poder continuar a contribuir para o surgimento de novos atletas”, referiu.

Com 33 épocas na primeira divisão, envolvendo mais de 1.350 jogos disputados, o distribuidor Miguel Maia é ainda uma referência na variante de voleibol de praia, com mais de 800 partidas realizadas, a maior parte das quais fazendo dupla com João Brenha.

Ao longo da sua extensa carreira, Miguel Maia conta ainda com uma passagem pelo voleibol italiano, ao serviço do Reima Crema, em 2004/05, que lamenta “ter sido breve”, muito por culpa dos “compromissos assumidos com o voleibol de praia”.

Aos 50 anos, o mais bem-sucedido e titulado jogador nacional sente a mesma paixão em jogar e treinar “que tinha aos 15 ou aos 30”, e isso, aliado a uma genética de excelência, é o segredo da longevidade competitiva de Miguel Maia.

“Se começasse agora, fazia tudo da mesma maneira. Foi tudo bem pensado e estruturado e como sempre quis, mesmo com prejuízo do físico, por jogar voleibol de praia e de pavilhão ao longo de 15 épocas, com duas pré-épocas por ano e sem férias”, explicou.

Miguel Maia conquistou 16 campeonatos nacionais da primeira divisão, 10 Taças de Portugal, seis Supertaças e uma taça europeia com o Sporting de Espinho (Top Teams Cup), ao que soma oito títulos no voleibol de praia e a presença em 162 etapas do Circuito Mundial.

Pontos altos na carreira tem muitos, como erguer a Top Teams Cup pelo Sporting de Espinho, em 2000/01, mas também soma outros momentos agridoces como os dois quartos lugares no voleibol de praia dos Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996, e Sydney, em 2000.

Habituado a jogar com atletas com metade da sua idade, esta época Miguel Maia acrescentou o filho Guilherme, de 18 anos, igualmente distribuidor, à lista de adversários, quando o Sporting defrontou a Académica de Espinho, num jogo repleto de emoção e simbolismo, para a Taça de Portugal.

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