Um erro técnico à saída do Mediterrâneo levou a equipa da Fundação Mirpuri, a única portuguesa a competir na Ocean Race (VO65), a retirar-se da primeira etapa, mas o ‘skipper’ afirmou que vai retomar em junho em força.
“Estava-nos a correr bem, nós estávamos em segundo à saída de Gibraltar e tivemos ali um problema técnico, não rondamos uma boia da regata o que fez com que, no fundo, não fizéssemos o percurso inteiro. Portanto, não tínhamos nada a não ser retirar da regata. Não cumprimos o que estava estipulado”, explicou à Lusa o ‘skipper’ António Fontes, à chegada ao Mindelo, Cabo Verde, destino da primeira etapa da maior e mais difícil regata do mundo.
“Acho que foi uma regata espetacular, teve umas condições muito duras à saída do Mediterrâneo e depois aqui a chegada foi muito rápida, umas condições espetaculares e acho que a tripulação esteve muito bem”, acrescentou António Fontes, admitindo “muita frustração” com o sucedido.
“Pretendíamos fazer pelo menos o terceiro”, afirmou.
A chegada ao Estreito de Gibraltar, explicou ainda António Fontes, foi o momento mais difícil da etapa: “Estava muito vento mesmo. Estavam 50 nós, muita onda, muito curta, muito difícil para toda a gente. Foi muito dura esta etapa”.
A embarcação da Fundação Mirpuri atracou sábado no Mindelo, ilha cabo-verdiana de São Vicente, cerca das 23:15 locais (mais uma hora em Lisboa), concluindo assim uma etapa de 1.900 milhas náuticas (3.520 quilómetros) iniciada em Alicante, Espanha, em 15 de janeiro.
“Agora é descansar e comer qualquer coisa. As nossas comidas a bordo não são muito boas”, contou ainda.
Trata-se da primeira vez que a principal prova de circum-navegação do mundo faz escala em Cabo Verde e para a categoria VO65 a competição volta apenas em junho, com a equipa da Fundação Mirpuri a retomar a prova: “Ainda há muitos pontos em jogo para voltar a recuperar”.
A equipa é liderada pelo ‘skipper’ António Fontes e constituída por Bernardo Freitas, Frederico Melo, Mariana Lobato, estes três membros da tripulação vencedora da Ocean Race Europe em 2021, Diogo Cayolla, Hugo Rocha, Matilde Pinho de Melo, Francisco Cai-Água, Francisco Maia e Francisca Pinho.
Esta 14.ª edição da Ocean Race partiu em 15 de janeiro rumo a Cabo Verde e a segunda etapa, entre o Mindelo e a Cidade do Cabo, África do Sul, tem início em 25 de janeiro, depois da paragem de cinco dias na ilha de São Vicente, para descanso das tripulações e arranjos dos barcos.
A celebrar os 50 anos desde o nascimento em 1973, a Ocean Race mudou este ano de formato e colocará duas classes em competição na mais difícil prova de circum-navegação à vela por equipas.
As embarcações da classe IMOCA 60 vão dar a volta ao mundo, cumprindo sete etapas, enquanto as da classe VO65 vão fazer três etapas, a primeira entre Alicante e o Mindelo, em Cabo Verde, a penúltima que ligará Aarhaus (Dinamarca) a Haia (Países Baixos) e a última entre Haia e Génova (Itália).
Além do VO65 Racing for the Planet da Mirpuri Foundation Racing Team, embarcação que venceu a última edição da então Volvo Ocean Race 2017/18 ao serviço da Dongfeng Race Team, participam na Ocean Race Sprint Cup a Team JAJO, Viva México, Ambersail 2, WindWhisper Racing Team - que venceu a primeira etapa nesta categoria - e a Austrian Ocean Racing powered by Team Génova.
A regata à volta do mundo é disputada pelas equipas 11th Hour Racing Team, Guyot environnement – Team Europe, Team Holcim – PRB - vencedora da etapa na sua categoria -, Team Malizia e o Biotherm, todas da classe IMOCA 60.
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