O velejador Eduardo Marques quer estrear-se no top 10 do Campeonato do Mundo, que decorre de sexta-feira a 20 de agosto, em Haia, garantindo assim uma vaga a Portugal na classe ILCA 7 nos Jogos Olímpicos de Paris2024.
“Tenho dois grandes objetivos. Um, claramente, o de qualificar o país para os Jogos Olímpicos, estando nos primeiros 16 países. O segundo, uma meta pessoal de há algum tempo, é terminar nos 10 primeiros”, confessou, em declarações à Lusa.
Eduardo Marques enfrenta “confiante” esta primeira de quatro possibilidades de apuramento, considerando que o mais difícil até poderá ser ganhar a seletiva nacional para ser ele a usar a vaga, face ao valor da concorrência, sobretudo a de Santiago Sampaio e Lourenço Mateus, ambos em Haia.
“Passa-me [pela cabeça não estar em Paris2024], mas não falhando a qualificação do país, mas perdendo as seleções internas. Não como foi o caso de Tóquio2020, em que não consegui apurar”, esclareceu.
Nesta primeira oportunidade confia que Portugal pode garantir algumas vagas, incluindo nas maiores hipóteses de sucesso os 470 (os olímpicos Diogo Costa e Carolina João) e o ILCA 6, com Vasileia Karachaliou “caso possa representar Portugal nos Jogos Olímpicos”.
“Nas outras classes vamos ver. A vela é um desporto muito aberto. Tudo pode acontecer”, completou.
Se na vela os portugueses vão ter três momentos de qualificação – mundiais, apuramento europeu e semana olímpica de Hyères, em 2024 –, no ILCA 6 e 7 há um quarto evento de apuramento, os Mundiais do próximo ano, competição invulgar na maior parte das especialidades ou modalidades em ano olímpico.
Eduardo Marques treina em Haia desde maio, altura em que as condições seriam “mais benéficas” para o seu velejar, nomeadamente mais adversas, com “ventos fortes e ondas”, sendo que, presentemente, com condições mais amenas e imprevistas, entende que “o grande adversário vai ser a corrente”.
A vela portuguesa tem duas medalhas de prata e outras tantas de bronze em Jogos Olímpicos, a última em Atlanta1996. O atleta acredita que o país tem potencial para voltar a esses tempos, porém defende que, para isso, “muita coisa tinha de mudar”.
“Não é só a nível financeiro, mas também de organização. E dos timings do dinheiro que dê outra liberdade à federação para tomar outras escolhas. Em relação a outros países, estamos bastante atrasados, claro. Especialmente na parte tecnológica”, especificou.
Ainda assim, acredita que “numa boa semana”, o 470 pode atingir o pódio, tal como ele próprio, apesar de “nunca sequer ter ficado perto de terminar nos três primeiros”.
“Sinto que estou num crescente bastante grande neste ciclo, psicológica e tecnicamente. Só mesmo nos Jogos Olímpicos é que vamos ver”, concluiu.
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